Os TV Rural, constituídos por David Jacinto (voz e saxofone), David Santos (baixo, contrabaixo e voz), Gonçalo Ferreira (guitarra eléctrica e voz), João Pinheiro (bateria e voz) e Vasco Viana (guitarra eléctrica e voz), já existem há uns anos e, depois de Filomena Grita! (ed. Catadupa!) de 2007, lançaram recentemente pela Chifre - A Balada do Coiote.
Comecei a ouvir este disco no bandcamp do grupo e foi uma espécie de “amor à primeira audição”, comecei por ouvir o tema escolhido para single de apresentação, “Faz-te um Homem, Rapaz”, uma canção que traz os ritmos da música popular, bom refrão e percussões fortes.
Depois ouvi o tema que abre o disco, “Quem Me Chamou”, um daqueles temas em que tudo bate certo, o som a letra o “swing”, os coros, enfim, fiquei logo maravilhado e a pensar que por mim esta é que era o single.
Logo a seguir, olhei para o título do último tema, o “Toma o Comprimido”, que me sugeria algo mas ainda não sabia o quê, assim que comecei a audição detectei logo, isto é uma versão do António Variações, é uma canção que ele apresentou no programa do Júlio Isidro, O Passeio dos Alegres, (ainda há vantagens em ter chegado aos 40 com memória activa) e que na versão TV Rural - rock alegre e acelerado, jogo de vozes que encaixa de uma forma quase perfeita - fica uma grande malha.
Fui ouvir as outras todas, senti a força de “Correr de Olhos Fechados” e de “Quando Troveja” que parece uma estranha canção de amor de onde sai uma citação que acaba por dar nome ao disco.
Depois ouvi “Bruxas”, “Aldeia”, “Dá-me Dor”, “Morde-me”,” Se” e “Mulher da Minha Vida” e assim, fiquei com uma simples certeza, tinha acabado de ouvir um disco do "cara%&+#”
!
Um disco extremamente bem feito, instrumentalmente muito variado, com letras muito boas, de que se vai gostando cada vez mais, a cada audição e que não cansa. Tanto se ouve bem no carro como no sofá de casa, numa boa aparelhagem.
Claro que no carro não convém fazer isso, mas dediquem-se a descobrir os pormenores da bateria, do baixo, das guitarras, das percussões, dos instrumentos de sopro, da harpa, das vozes femininas que fazem excelentes contrastes com a voz forte do vocalista e das letras.
Se o fizerem, facilmente chegarão às mesmas conclusões que cheguei e vão correr ao site da Chifre comprar A Balada do Coiote (devo lembrar que esta editora reparte os lucros com os artistas que representa e o que ganha reinveste no futuro), que, não sei se já disse, mas se disse repito, é, sem qualquer dúvida, um dos melhores discos do ano!
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