sábado, 25 de agosto de 2012

Real Combo Lisbonense em Ílhavo

A 6 de Julho tive o prazer de ver o concerto do Real Combo Lisbonense em Ílhavo, integrado no Festival Rádio Faneca, uma brilhante iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Ílhavo e pelo Centro Cultural de Ílhavo que conseguiu cruzar as artes performativas, visuais e a música durante quatro dias, deixando aquela cidade em animada “polvorosa” criativa.
Para quem não conhece o Real Combo Lisbonense, ele é uma orquestra, idealizada por João Paulo Feliciano, - o músico ex-Tina and the Top Tem que também é arquitecto e que no grupo toca órgão Hammond, piano, guitarra e pandeireta – que tem “um repertório essencialmente constituído por clássicos de sempre e pérolas perdidas da música portuguesa o Real Combo Lisbonense é uma formação que recupera, sob uma perspectiva actual, o espírito e o repertório das orquestras e conjuntos de baile dos anos 50 e 60”.
Do grupo fazem parte Ana Brandão na voz, Bruno Pernadas (Jule and the Carjackers e etc.) na guitarra, David Santos (TV Rural) no baixo, Ian Mucznik (Rat Swinger) na voz, guitarra e percussões, João Pinheiro (TV Rural/Diabo na Cruz) na bateria e vibrafone, Mário Feliciano (ex-Red Beans) no orgão Farfisa, voz e percussões, Rui Alves (Julie and The Carjackers e etc.) nas percussões, bateria e coros, Sérgio Costa (Vitorino, etc.) no piano, piano eléctrico, flauta, saxofone tenor, Tomás Pimentel (são tantas colaborações que não cabem aqui) no trompete e fliscórnio e ainda contaram com a participação da Márcia Santos na voz.
O concerto começou com um instrumental e de imediato nos sentimos a entrar na máquina do tempo, todo o aspecto visual nos leva para outros tempos e a música vai-nos embalando, o apelo à dança “agarradinhos, mas com respeito” é uma constante, ao mesmo tempo que somos invadidos por uma sensação de felicidade permanente.


Os cantores iam-se revezando e os temas iam saltitando entre Portuga, França, Espanha e Brasil com ritmos alegres, música bem “swingada” e sempre muito bem cantada, a alegria que se vive no palco vai contagiando quem assiste e, aqui e ali, a timidez inicial do público vai sendo derrotada e começam a ver-se alguns pares a dançar, foi pena não se ter tornado num baile generalizado, porque a música indicada para tal estava lá.
Houve Pepe Fado, já conhecido do EP editado pela Optimus Discos, tal como o Fado é Bom p’ra Xúxú, Oh!, Borracha do Rocha e Sensatez, foi cantada a Camisa Amarela, conhecida daqueles filmes portugueses a preto e branco que muita gente tem em casa, ouviu-se a Laranjina que até fez parte do anúncio daquele belo sumo com garrafa estranha no início dos oitenta e que quando mais velhos já cantámos no original (Tequilla dos Champs), também se ouviu o belíssimo Cha cha de Lisboa.
Enfim, o grupo deu tudo em palco, ao todo foram tocados 21 temas e o público ainda exigiu encore e então lá veio a repetição de Oh! que encerrou com chave de ouro uma noite inesquecível.
Aqui fica o alinhamento de todo o concerto que foi uma experiência que eu espero poder vir a repetir mais vezes.

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