Por estar a trabalhar, o que hoje em dia, infelizmente, é sinal de muita sorte, não me foi possível assistir ao primeiro dia do Bons Sons deste ano. Pela mesma razão, só cheguei na sexta-feira, mesmo a tempo de ver António Zambujo.
Sem tempo para pensar no que já tinha perdido desse dia, dirigi-me de imediato para o Palco Giacometti para ver este meu mais recente ídolo musical. Pelos vistos que não era só eu que estava ansioso para o ver pois a rua que dava acesso ao palco já estava completamente cheia de gente, mesmo assim, lá consegui “furar” e ir até à frente de palco para “sacar” as imagens deste meu primeiro, e espero que de muitos, encontro com a música do alentejano das canções aparentemente simples que já são muito mais que fado e que não deixam ninguém indiferente.
O António entrou no palco, só acompanhado da sua viola e de imediato começou o encanto cantando duas canções alentejanas e uma dos açores. Cantou o Amor em Queria Conhecer-te Um Dia do excelente álbum Quinto, e finalmente todos os que enchiam a rua sentados, levantaram-se e permitiram que muitos dos que estavam mais atrás pudessem também ver o cantor e de repente a audiência passou para o dobro. Pouco depois, ele atravessou o oceano e cantou Quando Tu Passas Por Mim com uma letra lindíssima de Vinícius de Moraes. E claro o grande single de Quinto, a canção Flagrante, cuja letra deixa qualquer um de sorriso nos lábios. Deste último disco foi também cantada, neste caso com o público a acompanhar, Lambreta, com letra da autoria de João Monge e que é mais uma daquelas letras deliciosas que nos enchem a “alma”.
De letras e canções bonitas está o repertório de António Zambujo cheio e não faltou a belíssima Algo de Estranho Acontece de Pedro da Silva Martins, o mesmo que escreve as letras de Deolinda e que antes de conhecer o Zambujo, já tinha uma pasta no computador com canções para ele. Ouviu-se O Pica do Sete, esta da responsabilidade de outro grande escritor de canções, o Miguel Araújo Jorge que também escreveu o Reader’s Digest.
As ovações foram-se sucedendo e eram cada vez mais efusivas, com algum humor o cantor lá ia dizendo que “por minha vontade ficava cá a cantar toda a noite, mas ainda não comi!”.
Claro que teve de haver encore e o tema que foi exigido, quase por unanimidade, foi Zorro, a letra é de João Monge e a certa altura fala em “Ter o Benfica todo nos meus pés”, foi neste momento que surgiu uma dedicatória especial ao Samuel Úria que se encontrava ao lado do palco a assistir ao concerto e tinha estado à tarde a colaborar no concerto da Celina Piedade.
Foi desta forma alegre e bem-disposta, a mesma com que decorreu todo o concerto, que terminou a actuação de António Zambujo.
Para mim foi uma excelente maneira de entrar no Bons Sons deste ano.
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