Nos passados dias 31 de Agosto e 1 de Setembro, decorreu a vigésima edição das Noites Ritual. Bonita idade para um festival que contra ventos e marés, teima em aguentar-se e continuar o seu caminho de divulgação do que há de melhor na música portuguesa.
Desde que as Noites Ritual começaram já muitos outros festivais nasceram e morreram, mas mesmo com uma edição em formato mais reduzido no número de bandas, a qualidade manteve-se e o público não deixou de aderir ao evento.
Perdeu-se na quantidade, senti até, alguma falta da descoberta dos novos valores que apareciam, como é tradição na concha, mas ganhou-se em concertos mais completos, com direito a encores e tudo, no palco Ritual, por isso o balanço não deixa de ser positivo.
Para a primeira noite tivemos direito a dois dos projectos mais estimulantes da música actual, primeiro com Dead Combo e a Royal Orquestra das Caveiras e depois com Wraygunn.
O Concerto de Dead Combo começou com Pedro Gonçalves e Tó Trips sozinhos em palco a tocar Rumbero, de Vol.1 o primeiro disco deles, para logo depois, já com os membros da Orquestra, Ana Araújo no piano, João Cabrita no saxofone, João Marques no trompete, Jorge Ribeiro no trombone e Alexandre Frazão na bateria, já em palco, tocarem Sopa de Cavalo Cansado de Lusitânia Playboys e Anadamastor de Lisboa Mulata, Cuba 1970, o tema que mais gosto de ouvir com a Orquestra, Manobras de Maio 06 e Desert Diamonds/Enraptured With Lust, trouxeram-nos de volta a Lusitânia, para entrarmos de seguida no Vol.2 ao som de Mr. Eastwood.
O público que já enchia o recinto ia pontuando cada final de tema com grandes aplausos, entretanto aparece a “desbunda” de Temptation, tema original de Tom Waits que os Dead Combo facilmente tornam como deles, voltam a Lusitânia Playboys para tocar o tema com este nome e Old Rock’N’Roll Radio, para passarem pelo Vol.2 com Rodada.
Tendo Paulo Furtado como convidado muito especial, tocam Blues da Tanga do último álbum, um dos momentos especiais da noite, seguido daquele que já se pode considerar um hit, salvo seja, Lisboa Mulata que deu para por toda a gente a abanar com aquele fortíssimo ritmo de inspiração africana.
Para acabar veio a Marchinha de Santo António que aumentou ainda mais a marca lisboeta nesta noite portuense e que acabou com o personagem de Pedro Gonçalves a “expulsar” todos os músicos do palco.
Claro que teve de haver encore, o público assim o exigiu, e entraram com aquele cheiro a fado de Esse Olhar Que Era Só Teu em que a guitarra parece que canta e arrepia, mesmo o mais insensível. A terminar vieram os temas Cacto do primeiro álbum e Malibu Fair do terceiro que terminaram em beleza um excelente concerto que encantou todos os encheram o recinto.
Foi um excelente arranque para duas que se adivinhava que iam ser de pura magia.
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