Depois de “encher a alma” com o concerto da Márcia, fui até à Igreja. Sim Eu fui à Igreja, mas porque no Bons Sons se transformou em Palco da Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, e ainda cheguei a tempo de ver um pouco do concerto de Gobi Bear.
Já conhecia a beleza das suas canções, pois já o tinha visto no Mercado Negro em Aveiro, mas a oportunidade de o ver com casa cheia, num local com tão boa acústica, foi ainda melhor. O seu sorriso perante tal plateia, diz tudo. Ah, e como ele não para, anunciou que em breve vai haver álbum. Finalmente, digo eu.
Findo este concerto, decidi desfrutar da aldeia, visitar alguns dos vários pontos com artesanato e também o canto da AEPGA – Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino que além de jogos tradicionais e passeios de burro organizados, acompanhados devidamente por gaita-de-foles, tinham também um menu de comidas, muito interessante.
Entretanto foi gozar de uma sombra no recinto do Palco Eira enquanto não começava o concerto dos Mikado Lab, um projecto que conta com Pedro Gonçalves (Dead Combo) no baixo, Ana Araújo nos teclados e Marco Franco na bateria, ao princípio estranhei, pois não estou muito habituado a este tipo de sons mais jazzísticos e experimentais, mas depressa gostei do que ouvi, foi uma excelente banda sonora para aquele momento.
Perdi a Joana Espadinha, os Canto Hondo e a Joana Sá e pelo que me descreveram, sei que fiz mal, mas depois das emoções de sexta, precisava de um sábado ligeiramente mais calmo.
Optei por jantar no restaurante da região Templária, interrompi a minha dieta e não me arrependo de nada, uma sopa da pedra feita com enchidos locais, seguida de uns bocados de farinheira assada, souberam-me pela vida e foram uma excelente pausa antes de mais música, até deu para ouvir o relato do Glorioso a espaços e sofrer um bocadinho e tudo.
Com o estômago cheio e cabeça fresca, fui até ao Palco Lopes Graça para ver os Atma, banda composta por Hugo Claro na Voz, Guitarra Clássica, Guitarra Portuguesa, Bandolim e Acordeão; Jorge Machado no Cajón, Darbuka, Frame Drum, Udu Drum, Tambor d' Água, Percussões e Taças Tibetanas; Berta Azevedo na Voz e Pequenas Percussões e José Sebastião no Baixo e Coros, que conjugam sons que passeiam por África, India e Sul de Espanha, por via do flamenco, com a guitarra portuguesa que consegue “aportuguesar” muito bem a sua música.
Em palco também foram ajudados por uma belíssima bailarina que deu um toque ainda mais exótico ao que víamos. Rapidamente o público foi conquistado, chegando até a vir alguns deles para o palco dançar, dando uma animação maior ao concerto. Gostei também bastante do cruzamento das vozes de Hugo e de Berta, foi um excelente início de noite.
O concerto que se seguiu foi o d’Os Velhos no Palco Eira, foi o único concerto Roque da noite, e foram competentíssimos, grandes malhas, boas letras e um baterista acima da média. A maioria do público não os conhecia, mas havia um pequeno grupo de verdadeiras fãs que sabiam as letras todas de cor e cantaram todas as canções do princípio ao fim. Pena que me pareceu um “amor” não correspondido, fiquei com uma estranha sensação de que a maioria dos elementos da banda não estava ali.
Parecia que não estavam a sentir o que estavam a tocar, as vezes “só” boas canções não fazem um bom concerto, e é pena. Terei de os ver novamente para perceber afinal se o que se passou é “defeito ou feitio”.
Para terminar a minha noite faltava-me ver Maria João & Mário Laginha no Palco Lopes Graça.
Só o sorriso dela iluminava todo o largo da aldeia de Cem Soldos, e depois aquela voz, acompanhada por aqueles músicos, a forma como foi comunicando com o público, chegando a dizer que era raro tocar para público a vê-los de pé, enfim, nem sei que diga.
Foi muito bom, mesmo!
Fui até casa de sorriso nos lábios, já não deu para ficar para o DJ Set do João Gomes que a noite estava mesmo longa…
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