sábado, 22 de setembro de 2012

Olá Caminha BlueSoul 2012

Decorreu de 21 a 24 de Agosto na Praça Calouste de Gulbenkian em Caminha, a terceira edição do Ola Caminha BlueSoul. Um certame já marcado pela qualidade das formações convidadas, sempre com nomes conhecidos do universo musical luso. Este ano com uma mudança na própria estrutura do festival, que vinha sendo itinerante passando a ser fixo, enraizado na magnífica praça Caminhense, local com uma beleza urbana riquíssima, impar no concelho.
No dia 21 subiram ao palco os Jukebox, banda composta por elementos dos Expensive Soul e dos Blind Zero, desta vez em fusão de estilos, que encantaram os presentes com temas de grandes mestres dos blues. Espalhando uma alegria contagiante Isabel Milheiro e os comparsas criaram um ambiente absolutamente fantástico em quase duas horas de actuação. Com uma afluência de público tipo íman, que grudava no grupo, sendo poucos aqueles que passavam e não ficavam.


Se o mote de abertura já estava dado no dia seguinte foi uma dose dupla, mais jovens e menos conhecidos, vieram dois projectos que venceram o concurso VianaMexe 2012. Os Allma, do Porto, que na sua mala trouxeram o ambiente de funk/fusão e os BlackJack, de Viana do Castelo, que brilharam perante a muito composta assistência com temas mais rock, recheados de pequenos momentos de sonoridades blues. Um impulso que ambas as formações merecem que foi reconhecido pelos longos aplausos que recolhiam da assistência.
No dia 23 era a vez dos Judy Blue Eyes, formandos por António Mão de Ferro na voz e Guitarra, Manuzé no Baixo, Paulo Veloso no Hammond e Leandro Leonet na bateria. Músicos de excelência, que se sentem como se Caminha fosse uma cidade, cativaram o público presente para uma boa dose do mais puro blues. Ou não fosse já vasta experiência do António como músico dos GNR ou do Paulo Veloso em projectos como Rui Veloso, Fingertips ou mesmo da Mónica Ferraz.
Uma praça cheia, com muito movimento que se juntavam à festa a comer um belo gelado ou a beber uma cerveja e a deliciar-se com mais um gourmet musical.
No dia 24 e por força das condições climatéricas adversas o concerto de Joel Xavier foi deslocado para o pavilhão municipal. Com uma deslocação do evento para um local mais descentralizado, vinha colocar à prova a consistência do certame.
E passou com louvor, aqui com um número mais ou menos certo: cerca de duzentas pessoas, que se deslocaram para ouvir este brilhante guitarrista português, com uma forte carreira internacional. Apesar de contar com vários prémios de grande gabarito no bolso, a simplicidade com que se apresentou ao público foi fantástica, criando uma empatia invulgar.
O festival que se vem afirmando a cada edição que passa contou este ano com cinco projectos, uns mais afirmados que outros. Contudo via-se um público curioso, que vinha pela temática e depois descobria o que os músicos lhes proporcionavam. Esse descobrir de sensações é dos desafios mais fortes para um organizador de eventos e aqui conseguiram criar junto do público Caminhense, um descobrir o que vem e a ouvir algo novo.
Concertos como o de Joel Xavier, criaram uma atmosfera única para um fecho em grande desde festival que promete ser um grande evento para Caminha.

Texto e Fotos de Miguel Estima

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