terça-feira, 26 de junho de 2012

Algodão no Cine Teatro de Estarreja

Foi no passado dia 26 de Maio que Algodão, o projecto de Carlos Nobre, foi apresentar o seu álbum “Uma Falaciosa Noção de Intimidade” ao Cine Teatro de Estarreja. O público que não tinha a quantidade desejada, talvez por causa da crise ou de outra razão qualquer, era interessado e participativo, foi desde o início brindado por uma mistura de música com palavras que fogem um pouco ao formato habitual duma canção, pois estas palavras são mais faladas que cantadas.
Os músicos que acompanharam o Carlos nesta “aventura” , Nelson Correia nas Guitarras e Gil Pulido nos Teclados, têm uma qualidade acima da média e, segundo consegui apurar, já estão a trabalhar com ele no próximo álbum que tem saída prevista ainda para este ano. Houve vários momentos de intimidade (nada falaciosa) no concerto, e até uma dedicatória a uma aniversariante especial houve, é claro que os presentes ficaram completamente rendidos.
A música deste projecto não tem o imediatismo e o agrado das massas que tinham os projectos anteriores do seu mentor, mas consegue ir crescendo lentamente dentro de cada um dos seus ouvintes. Afinal é o que acaba por acontecer a toda a música de qualidade, não entra à primeira, mas quando se “entranha” fica para sempre.
Outro ponto forte são as letras que às vezes parecem confissões em que o homem se expõe para todos, outras vezes conversas íntimas e quase de alcova e outras ainda “apenas” declarações de amor, à mulher, à filha, a uma namorada imaginária. Também se fala de fetiches (num dos casos por pés), encontros fortuitos, amores perdidos ou esquecidos.
Todos os temas iam recebendo merecidos aplausos e tivemos direito a encore final e tudo.

Vale a pena ver ao vivo e ouvir o disco, Algodão é seguramente uma experiência a repetir.
O Alinhamento foi:
Um Beijo Não é Apenas Um Beijo
Esquecidos Pela Manhã
É Para Isso Que Eu Cá Estou
Sonho & Esperança
Ela Vai e Vem
Por Ti Arriscava a Cantar
Diz-me Que Não Sou
Há Sempre Um Mas
Um Pouco Mais que Uma Pessoa
Mãe da Filha
Todas as Palavras
A Tragédia da Nossa Paixão
(encore)
Meu Irmão, Meu Maninho

sábado, 9 de junho de 2012

Agenda - Roque Beat 4

O Roque Beat já iniciou a sua 4ª edição e dia 22 de Junho tem passagem marcada pelo Teatro Aveirense.
As bandas que fazem parte desta edição são os Paus e os You Can't Win Charlie Brown.
Os Paus, são um quarteto com com elementos originários de bandas como os Caveira, If Lucy Fell, Linda Martini, ou Vicious Five, podemos até dizer que são uma "espécie de super-banda" que já começa a ter bastantes seguidores. Os seus concertos ao vivo costuma ser contagiantes e surpreendentes. Mesmo sabendo que ao vivo as suas músicas ficam diferentes do que está no disco, deixo aqui um vídeo da banda para que os fiquem a conhecer melhor:
Os You Can't Win Charlie Brown começaram em 2009, como quarteto e quando convidaram mais dois músicos para actuar ao vivo - depois do 1ºEP YCWCB editado pela Optimus Discos -, perceberam que nunca tinham soado tão bem, assim já editaram o primeiro álbum - Chromatic editado pela Pataca Discos - com a formação completa que é composta por Afonso Cabral, Salvador Menezes, Luís Costa, David Santos, Tomás Sousa e João Gil. A mais recente conquista desta banda foi ter sido convidada para o enorme South by Southwest, um dos mais importantes eventos musicais em solo norte-americano, onde mostraram a sua música que está entre o folk, o pop e o rock alternativo e que não deixa ninguém indiferente.
Para o comprovarem basta irem vê-los ao Roque Beat.
Aqui fica um video dos YCWCB também para abrir o apetite:
 
As Datas e os Locais onde ainda vai passar o Ro Beat 4 são:
14 de Junho: Teatro José Lúcio da Silva | Leiria 
15 de Junho: TAGV | Coimbra 
16 de Junho: Teatro Virgínia | Torres Novas 
22 de Junho: Teatro Aveirense | Aveiro

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Wraygunn no Centro Cultural de Ílhavo

No passado sábado dia 28 de Abril os Wraygunn vieram ao Centro Cultural de Ílhavo fazer a apresentação do seu mais recente álbum “L’Art Brut”, a sala compôs-se, mas infelizmente não encheu, como a banda merecia, neste seu regresso aos discos e aos concertos.
O concerto abriu com o “quase tango” “That Cigarrette Keeps Burning” ao qual se seguiu “My Secret Love”, com o terceiro tema veio a visita a “Shagri-La” através de “She’s a Go-Go Dancer” que é sempre potente, mas que sem a participação da Selma Uamusse (por causa da avançada gravidez), perde um bocado, mas nada de grave.
 “Kerosene Honey” que tinha sido tocado ao vivo pela primeira vez, no concerto de Tiger Man no Coliseu e está uma bela malha, e “I’m For Real”, o tema que encerra o disco antes da faixa bónus, trouxeram-nos de volta ao disco novo, a que se seguiu uma passagem pelo primeiro álbum, “Soul Jam”, com “Ain’t Gonna Break My Soul”.
 Com “Strolling Around My Hometown” torna-se irresistível o apelo da dança, “Track You Down” acalma as “hostes“ que logo de seguida se voltam a entusiasmar com o já conhecido “Don’t You Wanna Dance?”, “I Bet It All On You” e “I Wanna Go (Where The Grass Is Green)”, encerraram a passagem pelos temas do novo disco. A rematar ainda tivemos direito a “Drunk or Stoned” e “All Night Long” de “Ecclesiastes 1.11”.
 O público já estava em grande parte em cima do palco, pois uns temas antes já o Paulo Furtado os tinha chamado mais para perto, ovacionou imediatamente a banda, exigindo o encore que se deu com Paulo Furtado e Raquel Ralha rodeados por quase todo o público, enquanto cantavam “Endless Sleep”, tema original de Jody Reynolds de 1958, tocado numa excelente versão intimista que ficou gravada na memória de todos os que tiveram a sorte de poder estar ali.
 Ficou provado que o novo disco está muito bom e recomenda-se, não é de consumo imediato e são exigidas várias audições para se entrar no seu “espírito”, o que também é sinal de qualidade. Não é tão explosivo como eram os anteriores, mas a cada audição, dá vontade de ouvir mais vezes.
Fiquei também com vontade de ver a banda novamente ao vivo, mas não sentado, o próximo quero que seja numa sala mais rock ou ao ar livre, oxalá isso aconteça em breve.

terça-feira, 5 de junho de 2012

OVO o Regresso

Depois de em 2002 terem editado os excelentes singles, "Ferrugem a Atacar" e "Balada em Open". Depois de em 2006 o álbum "OVO" ter feito a sua aparição com o aclamado single "O Mundo é Já Aqui". Eis que o projecto OVO regressa, agora com Nuno Barreiro nas Guitarras e Miguel Urbano nos Teclados.
O "pretexto" tem o nome de "O País Arde" e é composto por dez temas que são oferecidos em download gratuito no site oficial da banda - www.ovolandia.com 
 Metade deles já estão disponíveis, os restantes vão sair, à razão de um por dia até dia 10 de Junho.
Este disco foi "Realizado em autoprodução entre o estúdio caseiro e a garagem de ensaios, o trabalho contou com as colaborações de diversas vozes convidadas: Filipe Confraria (U-Clic), Franck Nemo, Maria Radich (Abztract Sir Q), Rui Gaio (Peltzer). A participação de Jorge Costa na bateria e em alguns dos arranjos é a continuação natural da parceria que sempre existiu entre o músico e a banda. Da mesma forma, a masterização esteve a cargo de Tó Pinheiro da Silva que trabalha com o OVO desde o primeiro single, "Ferrugem a atacar", editado em 2002".
Da minha parte posso apenas dizer que estou a gostar bastante desta primeira metade, eu já tinha seguido alguns dos temas que eram ensaiados, via newsletter, e o resultado final surpreendeu-me e agradou-me bastante.
Mas não há nada melhor que ouvirem por vocês e tirarem as vossas conclusões.
Deixo aqui um dos vídeos dos ensaios que me apareceu na altura e que gostei logo à primeira audição. O tema é "Nada de Jeito" e é a canção nº4 do disco: