terça-feira, 31 de março de 2020

Aníbal Zola - Amortempo


Há discos que nos cativam à primeira audição, que nos encantam e nos fazem viajar com o coração.
“Amortempo” é exactamente o melhor exemplo, O Aníbal oferece-nos um disco intemporal que usa o contrabaixo, como se de um transatlântico se tratasse, para nos levar aquém e além-mar.
A embrulhar as bonitas palavras de cada canção – já tinha saudades de ouvir a nossa língua tão bem tratada - além do magnífico contrabaixo, temos vários instrumentos que nos embalam e ainda conseguem tornar a experiência bem mais agradável. Mesmo quando nos põe a pensar na vida que levamos e se ela faz sentido.
Fados (musicais de reais), Tangos, Boleros, Sambas, Valsas e Jazz, serão as classificações que alguns lhe darão, eu prefiro dizer que são canções de música honesta que fazem bem ao coração e à mente.
Este disco, que anda muito à volta dos vários cambiantes do Amor e não só, deixa-nos enamorados.
Agora peguem no disco, ponham-no no leitor e desfrutem, vão ver que é para toda a vida.

Fiquem com o vídeo da "Valsa de três notas só" que é o primeiro de muitos singles.

Grutera - Aconteceu


Disco apreciado pelo Miguel Estima

O novo disco de Guilherme Éfe mais conhecido por Grutera, virá ao mundo a 8 de Maio, entretanto já nos chegou uma edição para pré-escuta e audição. É um disco que marca o reinício de uma nova etapa, depois de uma pausa de cinco anos.
 As primeiras composições para o disco aconteceram numa espécie de residência que Grutera fez em Braga com Tiago e Diogo Simão no final de 2017 onde, inicialmente, a ideia era ter mais instrumentos, mas acabaram por sentir que as músicas pediam para deixar todos os temas mais livres de interpretação.
Grutera procurou explorar um som mais denso, mais cheio e corpulento, recorrendo por isso pela primeira vez a uma guitarra semiacústica electrificada e à utilização de pedais de loops e efeitos.
Este disco não é uma quebra do que já nos tinha habituado, contudo tem um som mais limpo e ao longo dos temas vai ganhando mais energia, como a intensidade a ganhar mais força com as experiências entre loops e efeitos. É um disco onde os temas são reflexo desse processo de introspecção, um disco que foi cozinhado com tempo. É essa ‘maturidade’ nos temas, que sentimos um disco mais pessoal e mais íntimo. Para ouvir a meio da primavera.
Entretanto podem ouvir o single “Fica entre nós” no youtube.

segunda-feira, 23 de março de 2020

César Cardoso Ensemble - Dice of Tenors


Disco apreciado por Miguel Estima


O novo álbum de César Cardoso, a ver a luz do dia no próximo mês de Abril, recorre ao clássico universo do jazz e dá-lhe uma nova roupagem. O saxofonista de Leiria, foi buscar temas a alguns dos tenores de referência do passado, como Benny Golson, John Coltrane, Joe Henderson, Hank Mobley, Dexter Gordon e Sonny Rollins, e criou o seu próprio ensamble com Jason Palmer, Miguel Zenón, Massimo Morganti, Jeffery Davis, Óscar Marcelino da Graça, Demian Cabaud e Marcos Cavaleiro, diríamos mesmo uma formação de luxo. Para além dos temas clássicos, o disco vem acompanhado de dois temas de criação do próprio César Cardoso, dando um toque especial ao disco de titulo “Dice Of Tenors”.
Estamos assim perante um disco fantástico de jazz, com excelentes interpretações, muito bem produzido, e isso mais do que a audição nos permite, sente-se! 
Quando um disco ultrapassa a barreira do lado mais clássico e se reinventa. Vai buscar mais alguma coisa que incorpora e dá mais brilho. Este “novo corpo” a temas clássicos do jazz, faz com que um bom ouvinte de jazz se entusiasme e provoque uma boa sensação quando o colocamos no nosso leitor de CD.  

Dr. BOBÔ - Dr. BOBÔ


Disco apreciado por Miguel Estima


O novo disco de Juan Saiz saxofonista de Santander, foi apresentando ao vivo na sua terra natal em Outubro do ano passado. Só me chegou às mãos por um contacto em comum, e ainda bem que a seu belo tempo tive a oportunidade de ouvir alguma sonoridade nova. 
O mais interessante que se consegue primeiro na música dele é tentar perceber onde a melodia nos transporta. Existe um toque latino, e talvez pela influência do flamenco este disco seja muito de ambiente espanhol. Com bastante ritmo e uma cadência mais certinha, seja pela inspiração com o Mar, ou por partes quase poéticas. 
É pouco mais de meia hora de pura magia em oito temas de uma realidade crua como o “El Impostor”, “El Falso Amor”, “No me dejéis solo”. 
Este é um disco para ouvir com bastante cuidado, já que em cada audição algum detalhe se destaca. Dr. BOBÔ é o trio formado por Juan Saiz (líder) no saxo soprano e tenor, flauta e flautin , Antony da Cruz no baixo eléctrico e Pedro Terán na bateria.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Loiros - Loiros


Disco apreciado por Miguel Estima

Já chegou o disco de longa duração dos “Loiros”, quatro músicos que exploram da melhor forma o atmospheric post grunge jazz alternativo, Hippiefriendly Music e do DIY com bolachas. A génese do projecto onde estão dois galegos, um alemão e um francês e que em 2016, reuniram-se e formaram uma banda. A banda formada na cidade Olivica, pelo Héctor Agulla na bateria e pelo Virxilio da Silva na guitarra e voz, ao que se juntaram uma segunda guitarra do francês Wilfried Wilde, e ainda no baixo e na voz o alemão Felix Barth.
Desta mistura de experiências e de sonoridades saí um primeiro EP e em Outubro de 2019 o primeiro LP. E deste quarenta minutos podemos esperar de tudo.
Tem um fundo jazzistico? Tem, mas é mais uma onda post grunge, onde poderemos encaixar este disco. Faz recordar algumas das bandas dos 90’s com um toque muito mais actual. O disco que não é “flat”, como a maioria das coisas que andar a aparecer nos últimos tempos, isto é, cada tema soa diferente, tem de tudo, quase parece um disco de açorianos por ter as quatro estações em cada tema, passamos do rock para o grunge, uma voz pop com um delay de guitarra e a coisa arrebenta ao fim de uns segundos na bateria.
Que seja o inicio de um grande percurso, porque a música precisa de mais “Loiros”.

Sónia Pinto – Why try to change me now


Disco apreciado pelo Miguel Estima