quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Moonshiners em Ponte de Lima – Report

Moonshiners - Teatro Diogo Bernardes - Ponte de Lima
20 de Janeiro de 2018
Texto e Fotos de Miguel Estima

Aconteceu no passado sábado 20 de Janeiro a chegada dos Moonshiners a território Limiano num concerto que decorreu no belíssimo Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima. Vieram na bagagem com o o álbum novo “Proibition Edition” a ser lançado já no próximo mês de Fevereiro.

O concerto foi, como habitualmente, apoteótico, com uma energia exuberante a banda aqueceu o ambiente da fria noite limiana, convidando a um pezinho de dança, como já vem sendo habitual. Aguardado com ansiedade pelo novo disco, enquanto isso resta-nos ir vendo a banda a apresentar estas novas canções ao vivo.

Encontram mais fotos na página de facebook deste blog.

Paulo Silva Trio - Mãe

Disco apreciado por Miguel Estima

O disco já não é assim muito recente, mas como habitualmente, interessa mais falar de um disco quando ele nos preenche. Se temporalmente ele já foi lançado há alguns meses, isso são meras questões temporais que podem ficar desligadas e submetidas para segundo plano.
 Paulo Silva esse baterista Brasileiro que anda por Santiago de Compostela a espalhar um bocado da sua magia, cruzou-se pelo caminho com um já habitual das minha resenhas discográficas o Valentin Caamano na guitarra e juntou-se ao Alberte Rodriguez em Fevereiro de 2016, num estúdio e tocaram temas, uns originais como 6:26 do Valentim, Quatro do Alberte e Praiaba do Paulo, os restantes temas são adaptados pelo trio e gravados neste álbum.
 A poesia da língua, está neste encontro entre a musica e a simplicidade. Despojada de grandes ruídos alheios, e de floreados a mais, o disco do Paulo é um reflexo do melhor que um artista pode fazer, mostrar-se, não ter receio de ir, e se juntar com os amigos e gravar o disco. Esse encontro, que se torna uma ode às mães, pela simplicidade com que cada bocadinho do disco cabe no nosso mundo. Sabe bem e conforta-nos ouvir o disco do Paulo. E isso deve ser um bom prenúncio de um brilhante futuro que estará nos horizontes.

Ricardo Formoso – Origens


Disco apreciado por Miguel Estima

Existe algo de mágico em cada embalagem de vinte por vinte que o carimbo (editora da Associação Porta-Jazz) coloca em cada edição. Faz com que cada disco seja único, não só por ser de edição numerada, como pelo formato pouco convencional para CD.
 Este Origens é o quadragésimo primeiro disco. Veio cheio de energia, com uma sonoridade muito própria. O Ricardo é da Corunha, estudou no conservatório da cidade natal, e seguiu estudos na ESMAE, gostou tanto do nosso país que decidiu descer mais um bocadinho e está neste momento nas margens do Mondego a desenvolver a sua actividade como músico e docente no Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Coimbra.
O disco pretende ser auto-biográfico. Começando logo num bebop com “Povo Celta”, não poderia estar melhor o titulo para alguém que sabe de onde vem. Neste disco conta com o mestre Carlos Azevedo no piano, o José Carlos Barbosa no contrabaixo, o Marcos Cavaleiro na bateria, e ainda a participação especial do André Fernandes na guitarra em dois temas.
É um disco riquíssimo instrumentalmente, deste jovem trompetista que mostra uma maturidade muito própria ao longo dos sete temas, numa afirmação no Jazz sem um rotulo muito concreto, essas coisas de Europeu ou Ibérico tem um valor pouco determinante no momento que estamos a ouvir um disco. Tem um toque especial, o Ricardo absorveu como uma esponja um pouco da cultura desde a sua cidade natal, passando pela invicta e não descurando a nobre Coimbra. Com uma pitada de swing no ultimo tema do disco que promete ser um desvio para o rapaz certinho e atinadinho do jazz dos seis primeiro temas, elevando o disco para outro patamar mais funky.
Estamos perante um Brilhante trabalho que merece ser ouvido ao vivo num club onde o jazz seja devidamente valorizado. Porque a verdadeira essência do jazz está num ambiente próprio! E disso tenho a certeza que o Ricardo Formoso cria bons momentos com seu quarteto pelos clubs onde vão passando.

André Rosinha – Pórtico

Disco apreciado por Miguel Estima

Contrabaixo é capaz de ser um dos instrumentos que a nível pessoal mais me cativam dentro do jazz, depois o vibrafone, o saxofone, o piano. E poderia ir numa escala de instrumentos que aprecio mais ou menos. Poderia falar de muita coisa, como estar a escrever a critica naquele que é considerado o dia mais triste do ano. Mas porra, o disco é alegre, então?
André Rosinha, lançou no inicio deste ano o primeiro disco de originais “Pórtico”, pela Robalo Music. A editora indie do jazz, que revela a cada instante um grande nome do jazz, que anda meio escondido, ou diria, desculpem a minha ignorância ou falta de apreciação, escondido atrás de outros músicos que são mais reconhecidos. Quando estava a preparar esse texto fui cuscar para escrever alguma coisa de jeito e reparei que já fotografei o moço, esteve em Vilar de Mouros, com o Júlio e Salvador. E assim vai a cena, um dia sobem aos holofotes com um disco como líder e os escribas que se amanhem com a falta de esperteza de não os terem descoberto antes.
Pórtico é um disco singelo, com sete temas todos eles melodicamente bem executados, já que conta com uma base forte do vibrafone do Eduardo Cardinho, um toque do tradicional com o acordeão do João Barradas, o saxofone do Albert Cirera e uma bateria muito sublime do Bruno Pedroso. Num ritmo calmo, sem grande imposição André Rosinha e o seu contrabaixo, respiram de uma forma muito natural.
 Ele desliza calmamente ao longo do tempo, é fresco e suave, faz-nos sentir bem num dia de inverno, fica perfeito como banda sonora, com chuva ou nevoeiro, como à beira do rio Minho quando comecei a pensar neste texto.
 Se o ano de 2017 foi muito profícuo, 2018 começou de uma forma particularmente interessante com este “Pórtico”.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Agenda - Acorda à Tarde 2018

Acorda à Tarde - Ciclo de Concertos de Cordas
Laboratório das Artes - Teatro da Vista Alegre


É já este fim de semana que começa a edição de 2018 do Acorda à Tarde, o ciclo de concertos que nos obriga a deixar o sofá nas tardes de domingo e nos obriga a ir até à Vista Alegre para rever ou conhecer projectos musicais que assentam a sua música em cordas.
Depois dos excelentes momentos sentidos no ano passado, as propostas para este anos são:

28 de Janeiro - Lavoisier
11 de Fevereiro - B Fachada
18 de Fevereiro - Josephine Foster & Ka Baird
11 de Março - Sarah McCoy

Os concertos são sempre às 16h, logo seguidos de chá, bolinhos e uma boa conversada com os músicos intervenientes.

Flávio Torres no Mercado Negro - Report


Flávio Torres - Auditório da Associação Cultural Mercado Negro 
6 de Janeiro de 2018



O meu primeiro concerto de 2018, foi simplesmente magnífico. Muito Rock'n'Folk, muito suor e sorrisos até mais não.
A rodar os seus dois álbuns já editados até agora - "Canções de Bolso" e "Canalha" - veio disposto a agarrar o público que nunca o tinha visto ao vivo, mas que deixou a sala bem composta.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Agenda - 9º Aniversário d'A Certeza da Música

9º Aniversário do Blog A Certeza da Música
20 de Janeiro de 2018 - 21.30h

9 anos a "remar" pela música feita por portugueses, é obra. Ainda não é uma data redonda, mas porra, são nove anos, de apreciações de discos, reportagens de concertos, divulgações de agendas e de sentimentos que crescem dentro de mim com a música, A Certeza da Música.
Isto merece uma festa "como deus manda", o que tenho para vos oferecer são três grandes nomes - O Gajo, Senhor Vulcão e Miguel Calhaz - que ainda não têm o destaque que merecem, mas tenho a certeza de que, mais dia menos dia, vão tê-lo.
Escolhi cada um deles porque são do melhor que temos neste país. Se tiverem dúvidas, venham ver.
Os bilhetes custam apenas 8€ e podem ser adquiridos online aqui ou na bilheteira da Fábrica das Ideias, o local, bonito, que escolhi para festejar.
Depois dos concertos, que começam, às 21.30h, faço ainda um DJ "Sete" com muita da outra música que gosto.
Aproveito para agradecer aos músicos e às 23 Milhas por me virem permitir a ter a melhor celebração que poderia desejar.
Vai ser bonita a festa pá!

(depois de clicarem no ler mais, podem ficar a saber a história do nascimento do blog)

Agenda - Riding Pânico + Iguana Garcia no Teatro Aveirense


Riding Pânico + Iguana Garcia @Sala-Estúdio, Teatro Aveirense
11 de Janeiro de 2018 - 21.30h
Bilhetes a 3€

É já esta quinta-feira que vai decorrer o concerto, organizado pela Covil, que conta com os Iguana Garcia e os Riding Pânico. Vai ser uma noite a não perder.

Agenda - Festival Sons de Vez 2018

16º Festival Sons de Vez
de 3 de Fevereiro a 24 de Março de 2018

Mantendo a tradição, eis que o Festival Sons de Vez se assume como o primeiro festival do ano. Com um programa bastante abrangente, espera-se uma elevada adesão de público à localidade de Arcos de Valdevez.

Os melhores discos do ano em Jazz – 2017

Os melhores discos do ano em Jazz – 2017 
Texto de Miguel Estima

Quero começar esta pequena resenha com duas notas bastantes importantes. A primeira é a minha opinião, e como qualquer opinião é influenciada por terceiros, por gostos e por conhecimento adquirido ao longo do tempo. A segunda nota é que vou fazer uma lista muito incompleta de discos, já que grande maioria dos projectos e das editoras não me fazem chegar às mãos a edição física (quando existe) do disco/álbum.

Valentin Caamaño Trio - The Blind Wrestler

Apreciação de Miguel Estima

Pareceu-me quase prenda de sapatinho mas antes uns dias do Natal recebi mais um disco do Valentin Caamaño. O profícuo guitarrista Compostelano, editou mais um disco. Desta vez com produto interno, deixando uma marca forte do trajecto que tem vindo a criar no jazz da capital Galega.
Depois de Joy, este disco entra num universo mais complexo e livre ao mesmo tempo. Com os companheiros desta já longa jornada Alfonso Calvo no contrabaixo e o exímio LAR Legido na bateria, contado ainda com a participação especial de Xosé Miguélez no saxo tenor. Um disco que vive de uma experiencia colectiva muito rica, onde o free jazz colide com o swing, numa ambivalência que perdura no tempo, como um malte acastanha ao longo dos anos no barril.
 É neste respirar denso que se vive em Santiago que tão bem sentimos logo dos primeiros acordes, e que na audição ao longo dos sete temas, vão acontecendo flutuações, que por vezes transmitem uma quebra, mas bem conseguida. “O lutador cego”, é certamente um ponto de quebra de rotinas e de um jazz levezinho, porque nem todo o jazz é fácil de ser ouvido e de nos agarrar à primeira audição.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Sérgio Godinho - Nação Valente - 1º Avanço

Ao quinto dia do ano de 2018, somos agraciados com o primeiro avanço do futuro disco do Mestre Sérgio Godinho.
"Tipo Contrafacção" é surpreendentemente bonito, cheio de sopros e uma melodia agradável a embrulhar as palavras, belas, como sempre, que nos remetem para a solidão depois de um amor perdido.
É uma pena perder um amor, mas sonorizado desta forma, até dá vontade de perder um por dia.
Vejam e oiçam este primeiro single, o disco (agendado para sair ainda neste primeiro trimestre) vai-se chamar "Nação Valente", e com um começo destes, é no mínimo, prometedor.


As primeiras datas, já conhecidas, para a apresentação do disco, são:

23 e 24 de Fevereiro no Capitólio em Lisboa
3 e 4 de Março no Coliseu do Porto
17 de Março - Casa da Cultura de Ílhavo

Seguramente, muitas mais haverão. Não percam.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

L Mantra - L Mantra

Comecei a ouvir L Mantra, após uma conversa/entrevista muito interessante e enriquecedora, com a Madalena Palmeirim, uma das partes criativas, juntamente com o João Teotónio (Ölga e Yu John), do projecto que deu nome ao disco.
Nascido de um Mantra, este som Low-Fi, prende-nos em frente à lareira ou embrulhados numa manta e faz-nos ficar a respirar e a ouvir.
As 9 canções deste primeiro álbum foram escritas pela João, mas resultam da soma das vozes que de uma forma natural se juntaram para fazer "magia".
Sem usar etiquetas, haverão por aqui influências que se diluem de tal forma que se tornam imperceptíveis. O resultado da sua criação é bastante sedutor e apela para que se oiça muitas e muitas vezes.
O disco ainda mal saiu e os dois já estão a preparar coisas novas, mas não sem antes rodarem ao vivo. Pois é ai que sentem se estão a conseguir chegar às pessoas com a sua música.
Por agora cantam em inglês, mas não há qualquer tipo de tabu relativamente ao futuro uso de outras línguas para expressar a música que trazem dentro deles.
As canções nascem de sons que posteriormente se transformam em palavras e o resultado é bastante agradável.
De todas, por agora, há uma que me "tilitou" particularmente, chama-se The Drone e é a sexta faixa. Mas vale a pena ouvir darem a vossa atenção a L Mantra e ouvir a totalidade do disco muitas vezes.
Nas palavras dela é o disco ideal para ouvir no Inverno, eu até estou a gostar mais desta estação do ano, quanto mais não seja para o poder ouvir mais vezes, cumprindo a condição de audição ideal.
Ah e não percam a oportunidade de os ver ao vivo.


Luís Severo - Pianinho

Uma vez, estava eu a fotografar, o concerto do Enorme Fausto no Bons Sons, mesmo em frente ao palco quando reparei num rapaz, mesmo junto às grades, que cantava todas as canções de fio a pavio.
Ele estava a "estragar" a média de idades dos que ali estavam a ver o Mestre, mas cantava mais que eles todos.
Conhecia-o como o "Cão da Morte", já o tinha visto num palco em Estarreja a "performar", juntamente com os seus amigos João Coração e Coelho Radioactivo, mas não lhe conhecia essa admiração tão grande e conhecedora, da obra de Fausto. De imediato, tornei-me admirador do miúdo.
Mais tarde, fui assistindo à sua mutação de Cão da Morte para Luís Severo, com uma passagem pelos Flamingos (dupla com o cúmplice de longa data, Coelho Radioactivo).
Há dois anos para cá, já editou dois magníficos álbuns e, na noite de Natal, ofereceu-nos um terceiro que junta um pedaço de cada um, apenas ao piano e a dar um ainda maior destaque às suas palavras.
A prenda, foi apresentada, pelo próprio, assim:
Este é o meu presente de natal para vocês - um disco ao vivo com o concerto de voz e piano. Pode ser descarregado gratuitamente. 
Também podem deixar um donativo. Se gostarem, partilhem e ofereçam aos amigos! Feliz natal!
Cuca Monga 
25 de Dezembro de 2017 00:00
De imediato o partilhei nas "redes sociais" que é como quem diz facebook e só hoje o descarreguei e comecei a ouvir.
Estou a gostar tanto que decidi partilhá-lo aqui, estou a gostar tanto que começo a achar que o facto de não ter ainda publicado a lista dos melhores discos de 2017, é capaz de ter alguma razão mística...
Espero que gostem tanto de o ouvir, como eu.

Agenda - Flávio Torres em Aveiro

Flávio Torres - Auditório da Associação Cultural Mercado Negro
6 de Janeiro de 2018 - 22h

É já amanhã que, finalmente, o Flávio Torres vem até Aveiro com as suas canções. Aconselho vivamente a não perderam o concerto deste lutador incansável. Acreditem que vai mesmo valer a pena.
Aqui deixo a primeira canção que conheci dele e espero que os motive a virem encher a sala:


Henrique Amoroso - O Sósia Comanda a Vida - 1º Avanço

Já conheço o Henrique Amoroso há uns anos, posso até dizer que cultivo uma espécie de amizade à distância com ele, desde o tempo dos saudosos Corsage.  Mas não é favor nenhum que lhe estou a fazer ao declarar a minha felicidade por saber que, muito em breve, vai finalmente sair o seu primeiro álbum a solo. Adoro a sua escrita (há poucos a escrever e a tratar bem a nossa língua, como ele) e a sensibilidade que coloca na sua música.
Já aguardava, há algum tempo por este "O Sósia Comanda a Vida", A curiosidade era muita e, por aquilo que já consegui ouvir, valeu a pena a espera. Usando as suas palavras, este disco foi feito "a pulso, como tudo nesta vida", a mim apetece-me celebrá-lo já e brindar ao (re)nascimento de um grande escritor de canções.
Fiquem com o vídeo de "Olhos Fechados" que, diga-se de passagem, é um belo cartão de visita para o que aí vem.

Fiquem a saber mais sobre o Henrique e sobre o disco, clicando em "ler mais".