sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Festival Sons em Trânsito - 2º Dia - Report


VIII Festival Sons em Trânsito 
Teatro Aveirense - 20 de Novembro de 2017


Esta edição que conta com menos nomes sonantes e a arriscar muito mais no que se institui de chamar Música do Mundo, está com excelentes propostas que vale a pena conhecer ou rever, para quem já teve a sorte dos ver.
A adesão do público neste dia e no seguinte, foi um pouco inferior ao ano anterior, mesmo praticando preços de bilhetes mais acessíveis, o que deixa algumas dúvidas sobre qual o melhor caminho para o festival. Talvez um meio termo entre grandes nomes e desconhecidos que importa descobrir..

 A abertura musical, esteve a cargo dos Mongóis Egschiglen e do grupo Israelo-Maliano The Touré-Raichel Collective.





Os Egschiglen que traduzido significa "Melodia Harmoniosa", ofereceram-nos isso mesmo. Herdeiros dos povos nómadas, quase em exclusivo dependentes do Cavalo, com instrumentos que usam o pelo do animal para fazer cordas, trouxeram-nos o seu canto gutural e as suas canções sobre cavalos e estepes.
Usando o nosso obrigado e um inglês um pouco rudimentar, mas com enormes sorrisos, foram explicando as suas canções e encantando quem os ouviu.



Logo a seguir, tivemos a bonita mistura entre Israel e o Mali, The Touré - Raichel Collective que nos brindou com os sons mais melancólicos da voz e do piano de Raichel com a alegria inata de Vieux Farka Touré.

Pelo meio contaram-nos como se conheceram num aeroporto e, graças à "lata" de Raichel ao abordar Touré, passado pouco tempo estava a tocar juntos em Espanha. Posteriormente, uma Jam Session de várias horas, deu origem ao seu primeiro disco e desde aí, vão arranjando "desculpas" para tocar juntos.




Com bastante virtuosismo, a partir de uma base sonora, iam improvisando e criando novos e encantadores sons. Touré quase como maestro e por muitos gestos e cumplicidade, ia dando sinal a cada um dos seus músicos, para entrarem no improviso ou manterem a tal base.
Também fomos convidados a acompanhá-los cantando o que criou uma belíssima relação entre os músicos e o público.

Encontram mais fotos na página de facebook deste blog.

Em jeito de desabafo, deixem-me que vos diga com é bom ver músicos que correm mundo a espalhar a sua cultura e a mostrar que há mais vida para lá da "Anglo-Saxónia".

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