quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Invasão de Jazz em Guimarães - Report

Texto e Fotos de Miguel Estima 

Já é normal em Novembro, Guimarães ter um festival de jazz. Acontece há vinte e seis anos e é um dos festivais mais importantes que a cidade tem. Quando o frio realmente se começa a sentir é sinal que o Centro Cultural Vila Flor vai ser o epicentro do Guimarães Jazz. Mas o jazz acontece um pouco por toda a cidade, ocupa restaurantes, escolas, espaços comerciais. É este espalhar de cultura que torna a grande maioria dos eventos que acontecem em Guimarães distintos e com uma identidade muito própria.
É quase uma tarefa impossível acompanhar todas a manifestações de jazz, existem algumas em simultâneo e nem sempre somos brindados com um prévio aviso que alguma animação irá acontecer. O que de certa forma, torna o evento ainda mais aliciante.





O primeiro que vi foi no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, curiosamente também foi o primeiro que por lá aconteceu no dia 10 de Novembro. O sexteto, formado por Filipe Dias na guitarra, Gil Silva no trombone, Rafael Gomes no saxofone alto, João Paulo Silva também no saxofone alto, Sara Santos no contrabaixo e Luís Araújo na bateria. O espaço mais industrial do edifício ficou mais aconchegante com os jovens músicos, que tocaram para alguns amigos e colaboradores, juntar alguns pequenos jovens curiosos do que iria estar a decorrer ali.

A segunda formação que me deparei, aconteceu na Sala 141, em plena Avenida Dom Afonso Henriques, quando se sobe para o Centro Cultural Vila Flor. Reparei que estava música ao vivo e entrei no Restaurante. O sexteto composto na voz por Gabriela Couto trompete o Pedro Jerónimo, no trombone estava o Andre Ramalhais, no contrabaixo a Sophia Tavares e na bateria o Marcelo Soares. Estive à conversa com a Gabriela no final que me disse: “Para um aluno estudante de jazz é muito motivante poder trabalhar com músicos internacionais, porque trata-se de uma abordagem diferente de ensino; estudamos temas diferentes dos estudados na ESMAE, também ficamos a conhecer o trabalho desses músicos.
É uma semana em que temos oportunidade tanto de trabalhar com músicos de jazz como colegas de clássico (ensamble de cordas), no que se traduz num trabalho muito completo.
E também foi muito bom o facto de serem os músicos que nos acompanhavam nos ensaios a abrirem as jams porque mostravam uma abordagem diferente do jazz e também apresentavam desafios diferentes e criativos em que os alunos podiam participar. A semana em Guimarães deixa uma muito boa recordação, porque além de ser enriquecedora a nível de jazz é também uma semana de convívio entre colegas e músicos.
Guimarães é uma cidade acolhedora e cheia de cultura. Nos sítios onde fiz animação senti um bom acolhimento, e existem sítios muito variados onde podemos ir actuar, desde escolas a restaurantes.”

Na segunda semana da minha jornada jazzistica por Guimarães voltei a ir à sala 141, na quinta-feira, não só para o concerto de jazz , mas também para degustar umas tapas antes mesmo de subir para o concerto principal. O quarteto formado por Sophia Tavares no contrabaixo, Joana Raquel na voz, Tiago Baptista na harmónica e João Ribeiro na bateria.
Como não se consegue estar em todo o lado, infelizmente pedi um dos momentos altos e que teria sido interessantíssimo estar aqui documentado, indo à página do facebook do Centro Cultural Vila Flor encontram facilmente vídeos. Aconteceu na sexta-feira, 17 da parte da tarde, quando o grupo que estava em formação com Jeff Lederer fez um flash Monk, pela cidade, tendo passado pelos jardins do Vila Flor e depois pela Alameda.
 Em conversa com o director do festival Ivo Martins, falou sobre esta parceria com o ESMAE como “ponto fulcral do festival”, sendo uma parceria que começou há mais de dez anos primeiro com a Big Band e só mais recentemente com o Ensamble de Cordas. Daí que mais tarde com as oficinas “demos conta que os alunos vinham para as oficinas e ficavam a semana toda em Guimarães e daí aproveitar esse potencial de jovens talentos para o festival.
Os jovens que já estão em Guimarães e participam de uma forma muito activa desde as oficinas, às animações, assim como nas jam sessions. É o único festival que desenvolve um trabalho desse género”.

No sábado existiam três animações programadas, todas ao mesmo tempo em três espaços, o que leva o meu título “Invasão de Jazz em Guimarães” fazer sentido. A escolha recaiu no restaurante vegetariano Cor de Tangerina onde estava um quarteto com o Miguel Meirinhos na melódica na voz a Joana Raquel, no contrabaixo o Pedro André e no saxofone estava o Rafael Gomes. Apesar de não ido jantar, aprovei esta sobremesa musical e juntei-lhe uma infusão, tornando este inicio de noite mais agradável ao som de alguns clássicos de jazz.

Depois do último acorde no grande auditório do Centro Cultural, ainda fomos brindados com uma fantástica jam session na sede da Associação Convivio, conduzida pelo Jeff Lederer, na qual todos os alunos da oficina iam sendo recrutados para o “palco”, interpretando temas clássicos de jazz, com uma visão muito peculiar e simpática.

Foto-Reportagem completa na página de facebook deste blog.

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