Três a Solo – 27 de Outubro 2017
Cine Teatro Garret
Emmy Curl – Captain Boy – Norberto Lobo
Texto e Fotos de Miguel Estima
Acontece em Outubro, um daqueles eventos mais carismáticos da Póvoa de Varzim. Estou a falar no Três a Solo, que pelo segundo ano consecutivo encheu a alma dos presentes com três brilhantes solistas.
Na edição deste ano subiram ao palco Captain Boy, Emmy Curl e Norberto Lobo.
Começando então pelo inicio Captain Boy, alter-ego de Pedro Ribeiro, veio apresentar o seu primeiro disco. Já o tinha visto num showcase da Porta 253 em Braga, e já ai tinha ficado curioso com o projecto.
Desta vez a solo, num cenário intimista, apesar de ser um palco “normal” de teatro, estava brilhantemente decorado como de um sala de estar se tratasse. E assim o curto, como ele disse “hoje até tenho pouco tempo”, apresentou elegantemente o disco de estreia, e criou uma forte empatia com o público, criando porventura o momento mais partilhado da noite, com a plateia vasta e atenta. Incrementado o seu set, com estórias, porque um cantautor tem de ter as suas, na hora de escrever as canções.
Após um curtíssimo “change over”, Catarina Miranda tomou de assalto o palco, para uma boa dose de doçura noturna. Foi a primeira menina a tomar conta do Três a Solo, e marcou logo pela forma de estar. Evidenciando a sua destreza vocal, a juntar a habitual caixinha de loops, foi distribuindo o seu aroma doce a uma plateia já de si rendida a qualquer momento que surgisse no palco, mesmo se fosse mais complicada a afinação da guitarra, foi logo acudida por um “acontece aos melhores”.
O curto concerto, primou, como quase todos os da Emmy, por surpresas, por um tema novo cantado em Português, e recordações desde os inícios da carreira, até ao mais recente disco de originais Navia.
Norberto Lobo, umas das figuras principais da música portuguesa do nosso tempo, já anda nisto há algum tempo, desde um Mudar de Bina em 2007 e uma meia dúzia de discos, muito bem recebidos pela crítica especializada. É um guitarrista de poucas palavras, pessoalmente quase não percebi para que serviu o micro no palco, deu daqueles concertos quase contínuos, sem tempo para respirar ou para deixar completamente desnorteado o técnico de luz, sem saber muito bem quase poderia mudar o cenário luminoso.
É um artista com um percurso consistente, com uma clara evolução técnica que levou ao apuramento da estética. E tem uma peculiar relação entre a timidez em palco com a pujança que toca a sua guitarra, clarificando, o rapaz toca pra caraças, mas quase foi possível contar o número de palavras que dirigiu ao público.
Foi uma noite interessante, num projecto - Três a solo - que tem dois anos, sendo de esperar uma terceira edição, com uma consistência de qualidade tão boa ou melhor, que esta segunda edição.
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