Festival Sons em Trânsito - 3º Dia - Report

VIII Festival Sons em Trânsito

Teatro Aveirense - 23 de Novembro de 2017

Para o terceiro dia de festival a proposta levou-nos à música de Cuba e de Itália, pelas mãos de Roberto Fonseca e Vinicio Capossela.
Duas opções muito interessantes e bem diferentes que, a meu ver, talvez devessem ter tocado pela ordem contrária.
É que Roberto Fonseca, pianista de excelência, além de um conjunto de virtuosos músicos, trouxe a festa do seu Afro-Cuban-Jazz que quase punha toda a gente a dançar.

 Sempre com uma "pinta" bastante cool, e um sorriso de "bom malandro" foi comandando "as tropas" por uma festa quase imparável. Com uma capacidade de comunicação acima da média, só com gestos pôs toda a gente a repetir os sons que ia retirando do piano. Umas vezes quase com violência sobre as teclas, outras com uma docilidade semelhante à de alguma música clássica, fez parecer que ser fácil tocar como ele.

Os músicos que o acompanharam, estiveram à altura, como seria previsível, claro e pareciam uma máquina de espalhar alegria.

Foram vários os momentos de quase euforia que puseram a sala ao rubro e à saída para o intervalo, eram muitos os comentários e os sorrisos favoráveis.

Com Vinicio Capossela a euforia baixou bastante, mas a beleza da música manteve-se.
Em italiano, começou com temas que facilmente poderiam fazer parte da banda sonora de qualquer Western de Sérgio Leone. Mas, ao fim de dois ou três temas, estava a mostrar o seu ecletismo musical, passando da guitarra para o acordeão e rematando no piano, a acompanhá-lo, um guitarrista, um contrabaixista e um percussionista e também tocador de Theremin, que mais parecia um daqueles criadores de sons de radio-novelas que iam preenchendo maravilhosamente as canções.

Um dos momentos bonitos, foi o da morna à sua maneira, inspirada após conhecer um música cabo-verdiano que lhe apresentou esse género musical em Lisboa. Fazendo jus ao nome do festival, também convidou o percussionista cubano que conheceu durante o sound-check, para tocar um par de temas. A certa altura também tivemos o guitarista, munido de uma guitarra portuguesa a acompanhar algumas das canções.
Vinicio ainda dedicou um tema a Vasco Sacramento, o criado do Sons em Trânsito, com um sentido agradecimento.
Esta segunda noite foi simultâneamente a noite mais festiva e a mais introspectiva e isso foi muito bom.

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Hoje e amanhã ainda vamos ter:
Júlio Resende
Jorge Drexler
Quico Cadaval a contar histórias como só ele sabe.
DJ Set de Colorau Som Sistema
Ivo Prata també a contar histórias às 11 horas "da madrugada" de sábado.
Liniker & os Caramelows
Mulatu Astatke
Ohxalá

Ou seja, motivos não faltam para ir até ao Teatro Aveirense