No ano da Expo 98, Exposição Mundial que tinha como tema os Oceanos, e com o apoio financeiro de quem a organizou, a partir de uma ideia de Henrique Amaro, nasceu o Tejo Beat, um disco cujo nome era inspirado no Mangue Beat, movimento musical brasileiro liderado por Chico Science & Nação Zumbi, e que pretendia mostrar um pouco do melhor que havia na nova música portuguesa.
Cada banda convidada entrava com uma canção original que iria ser gravada no estúdio de Mário Barreiros e depois produzida por Mário Caldato Jr. (produtor brasileiro conhecido por ter trabalhado com os Beastie Boys).
O disco abria com o som de um comboio a chegar a uma estação, tal como o início de “Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades” de Zé Mário Branco, só que desta vez, em vez da Gare de Austerlitz, era a Gare do Oriente, estação que se inaugurava na altura.
O primeiro tema falava dessa mesma mudança e era um original dos Cool Hipnoise com “change”, depois havia Da Weasel que iam no seu segundo álbum e contribuíam com o seu “produto habitual”, os Primitive Reason, banda composta por elementos de vários países e que na altura era uma das “coqueluches” da música portuguesa, trazia “quando uno pisa un caracol”, Ithaka, projecto do californiano Darin Pappas que na época vivia em Portugal, com Arkham Hi*Fi, traziam “the day was hot”, Boss AC trazia o seu hip-hop com “it’s all right”, os Flood, banda que eu adorava, tocavam “viaje universal”, os Blasted Mechanism a darem os seus primeiros passos discográficos tinham "thick tongue", os Zen que tinham acabado de editar “The Privilege of Making the Wrong Choice”, entravam com “air”, os Blind Zero já tinham dois ábuns bem sucedidos e traziam”the wire” e os Ornatos Violeta contribuíam com “tempo de nascer” um ano antes do sucesso estrondoso de “O Monstro Precisa de Amigos”.
Já passaram 13 anos desde o lançamento deste disco, mas posso garantir que ainda sabe muito bem ouvi-lo de uma ponta à outra.
Para o provar deixo aqui um vídeo, que descobri recentemente, com os Zen a cantar o seu tema “air” a 15 e Setembro de 1998 no palco 6 da Expo – aquele palco onde tocaram quase todos os projectos portugueses da altura e com o que o Henrique Amaro (e muitos daqueles que como nós, gostam de música portuguesa) sonhou um dia ter “em cada uma das nossas capitais de distrito”.
Aproveito para lembrar que esta banda de culto vai dar um concerto que se prevê grande no Hard Club dia 4 de Junho, vejam toda a informação aqui.
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