quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Noites Ritual 2011 - Dia 1

No passado dia 26 de Agosto iniciou-se a vigésima edição das Noites Ritual, estas noites costumam encerrar o verão musical mostrando alguns dos melhores nomes da música portuguesa da actualidade.
Quem teve a honra de abrir a primeira noite no Palco Ritual (PR), foi Dan Riverman, músico de Santo Tirso, dono de uma voz grave e profunda que acompanhando de uma competentíssima banda, vai debitando sons ora melancólicos ora um pouco mais mexidos.
Este som classificado como indie, foi encantando quem o ouviu e nesta noite foram muitos os que ouvindo, como eu, pela primeira vez, foram sendo cativados, na meia hora de concerto, pelo imaginário das suas canções.
Logo de seguida, já com uma plateia bem maior, foram os Linda Martini que abriram o Palco 1 (P1) e que abertura.
 Grande quantidade de fãs, quase em êxtase, cantaram em conjunto com a banda alguns temas como “Dá-me a Tua Melhor Faca”, “Amor Combate”, “Belarmino VS” e “Cem Metros Sereia” que assim cantados por tantos, já se parecem mais com hinos que com “simples” canções.
Electricidade foi coisa que não faltou nesta muito agradável actuação da banda que fez quase o pleno dos maiores festivais do País e vai aumentando cada vez mais o seu “exército” de seguidores.
 Cumprindo religiosamente o horário era no PR que esperava a “nova sensação” de Air Play das rádios, são os We Trust, uma quase super banda, liderada por André Tentúgal e que conta nas suas fileiras, entre outros, com um membro dos Long Way to Alaska, com Rui Maia e Nuno Sarafa dos X-Wife que iriam tocar logo a seguir e João André (ex- Bandemónio e actual Varuna).
O concerto foi um pouco morno e deu-me a sensação que as pessoas do público estavam todas à espera do single “Time (better not stop)”, mas talvez se os voltar a ver mais uma vez eu perca a sensação de estar perante uma One Hit Wonder.
Quase a correr para o P1 (tal como o Rui Maia e o Nuno Sarafa), foram todos aqueles que não queriam perder a actuação dos X-Wife, banda que estava nitidamente a “jogar em casa” e tinha um álbum novo, “Infectious Affectional” para mostrar.
 Foi uma actuação maioritariamente baseada neste disco de onde vieram temas como “I Live Abroad”, “Long Distance”, “Little Love” ou “Keep on Dancing”, mas cujos temas anteriores que os tornaram conhecidos, não foram esquecidos, tais como “Ping Pong”, “On the Radio” ou “Fireworks”. Os ritmados sons eléctricos deixaram a plateia a dançar e a pedir por mais.
Tal não era possível pois no PR iam começar os Guta Naki, banda composta por Dinis Pires, Cátia Sá Pereira e Nuno Palma.
 Eu já tinha escrito sobre eles aqui no blog, mas faltava vê-los ao vivo para saber se passavam no “Exame”, o certo é que passaram e com distinção.
Os temas que cantaram foram “Novo Mundo”, o primeiro single de Guta Naki e belíssimo álbum de estreia da banda, “Clark Nova/Metal House”, “Cantiga de Amigo”, “Margarida”, “Morna” tema novo e “Loseyland” a encerrar.
O encanto que senti com o som da banda foi imediato e a voz da Catia deixa qualquer um de “cara à banda”. Este foi sem dúvida o melhor concerto desta noite no PR, foi tão bom que soube a pouco.
Gostei tanto que entretanto já comprei o disco e ando a ouvi-lo regularmente, espero em breve voltar a vê-los, mas a tocar um concerto completo e de preferência perto de Aveiro (se não for pedir muito).
Foi já com a “Alma Cheia” que fui até ao P1 para ver os Zen, era o regresso desta banda aos grandes palcos e eu não podia perder.
 A banda conta agora com o vocalista original Rui Gon, com o Miguel Barros no baixo, Marco Nunes na guitarra e André Hollanda na bateria. O que eles juntos conseguem fazer é mostrar que passados cerca de dez anos os Zen continuam com as suas músicas actuais e com a mesma força que tinham nos primeiros tempos da banda.
A banda ao vivo dá-nos a sensação de estar no meio de um “furacão” de Funk-Blues e Rock, o vocalista é um autêntico show man que encarna este espírito na perfeição e a banda é de alto nível, poucas são as coisas que falham nesta máquina de fazer boa música.
 “True Funk” abriu as hostilidades, logo seguido do enérgico “Redog”, depois vieram “Greensquare”, “Trouble Man” o mosh em rente ao palco já era generalizado, pena que haja malta que não saiba que o mosh é uma maneira de dançar e não de agredir as pessoas à volta.
O entusiasmo do público era evidente e correspondido pela banda, particularmente pelo vocalista que ia apresentando as músicas e puxando por todos.
 “Relativland”, “Downtown” e “Mutant” um dos primeiros temas do grupo, foram os temas que se seguiram. 
Foi mais ou menos por esta altura que o vocalista saltou para o meio do público para um “stage dive” épico, a coisa podia era ter corrido mal, pois ao voltar para o palco o homem foi atirado para o chão e caiu com as costas de chapa no piso empedrado, ficando assim prostrado no chão a tentar respirar, cheguei a temer que o concerto acabava ali, mas ele depressa se recompôs e veio novamente para cima do palco continuar a festa.
 “Air” tema escrito para o disco da Expo 98 “Tejo Beat” não faltou, seguiram-se “Price of a Better Life”, “Power is Evil”, “Porno Love”, “Mass”, “Golden Fools” e “Time Cross Flow” mantiveram os índices de energia em alta.
Mas foi com “Step On” que começou um pico “infernal” que nos ia levar até ao fim do concerto, não sem antes haver mais um stage dive do Rui Gon que desta vez correu bem melhor, “Not Gonna Give Up” e claro “UNLO” que contou com todos a cantar o “Lailalala” a acompanhar a banda, por fim foi “11 a.m.” que encerrou “em grande” este fantástico e inesquecível concerto.
 Dá para dizer que os Zen estão vivos e recomendam-se ou como dizia o vocalista “Zen somos todos nós!

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