quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Meu Alive - 2012

Como já se está a tornar um hábito, mais uma vez, consegui ir até Oeiras para assistir a um dia do Festival Optimus Alive e desta vez escolhi o dia 14. Escolhi-o particularmente, porque queria ver Mumford & Sons, uma banda que já sigo desde 2010, o ano em que Florence and the Machine veio pela primeira vez a este Festival para tocar no Palco Super Bock e na altura ainda não tinha os milhares de fãs que tem agora. Como a vi nesse ano, não fiquei muito chateado com o cancelamento do seu concerto, fiquei até com a sensação de “problema resolvido”, pois assim pude ver na íntegra o concerto de Tricky que nunca tinha visto e andava curioso para ver.
Como já referi noutros artigos não gosto muito de andar a fazer “zapping” entre concertos, mas foi um pouco isso que fiz quando cheguei ao recinto.
foto de Lino Silva
Comecei pelos Big Deal, no Palco Heineken (P.H.), e até achei alguma piada ao seu som Indie, mas já está um pouco visto - Rapaz+Rapariga+duas guitarras – mas foi bom para começar o dia que ia ser longo.
Saltei dali para ver a banda portuguesa do momento, os We Trust, no Palco Optimus (P.O.) desta vez como tinha visto nas imagens do Optimus Primavera Sound, com secção de sopros incluída, vi os dois primeiros temas e fui até ao Coreto Vintage.
A novidade neste palco é que a animação era da responsabilidade do Cais Sodré Cabaré e neste dia, pela tarde, havia dança apresentada pelo grupo de Lindy Hop Portugal, e foi, para mim, um dos grandes momentos da tarde, com malta do público a participar na dança e a aprender este estilo (Lindy Hop).
Depois pela noite havia música dos 50’s 60’s com Joe Brew and the Six-Pack Two e 49 Special, banda de Country & Western portuguesa+CSC.
foto de Carlos Rodrigues
Depois da dança, fui até ao P.H. para rever os Here We Go Magic, banda que eu já tinha tido o prazer de ver da primeira vez que vieram a Portugal, na única edição do Festival Curvo no Teatro Aveirense, e que perdeu a sensual baixista da altura, mas não perdeu a qualidade.
Acabado este concerto fui até ao P.O. para espreitar Noah and the Whale, uma banda que desconhecia e que me pareceu ser uma espécie de “Pop/Folk”. A mim, deu para bater o pezinho, mas os milhares de ingleses e inglesas que estavam por lá pareceram ter gostado muito.
 
PedrodeCastroPhotography
Finalmente chegou o momento que eu mais aguardava, a estreia em Portugal dos Mumford & Sons. Foi bom porque nenhuma das minhas expectativas foi defraudada pois eles deram um excelente concerto. Não faltou nenhum dos grandes temas do álbum de estreia que os lançou para a ribalta, ouviu-se Litle Lion Man, Winter Winds, White Blank Page ou Roll Away Your Stone, para gáudio de todos os que se chegaram ao P.O. para os ver.
PedrodeCastroPhotography
Este concerto apenas pecou por ser curto, mas serviu para me deixar, a mim e creio eque a muitos dos que lá estavam, com o desejo de os rever num Coliseu num concerto em nome próprio. Basta que o sucesso do segundo álbum seja semelhante ao excelente primeiro disco.
foto de Filipe Ferreira
Aproveitei o tempo entre o final deste concerto e o início do de Tricky para comer enquanto via Joe Brew and the Six Pack-Two que deram um belíssimo concerto e animaram bem o Palco do Coreto.
foto de Lino Silva
Para Tricky o meu receio era apenas um “o rapaz vai-se passar e estraga tudo ou então, não”. Para minha alegria foi a segunda hipótese que ocorreu e logo a abrir soou o Feeling Good de Nina Simone, que já era bom sinal, a banda que o acompanha era composta por uma baixista, um guitarrista, um baterista e uma senhora com uma excelente voz que até o chegou a substituir nas partes em que ele ficava apenas a sentir a música e o público que soube conquistar desde início.
Ao terceiro tema, uma bela versão de Ace of Spades dos Mothorhead, vejo-o a dirigir-se a um segurança e receio o pior, mas eis senão que de repente, começa a subir público para o palco que imediatamente se põe a dançar a tirar fotos com ele e a cumprimenta-lo efusivamente, aí fiquei com a certeza que ele ainda está em excelente forma e ia dar um concerto ao nível do que já tinha feito noutras visitas por cá e que alguns amigos já tinham partilhado. A partir daqui ele podia fazer o que lhe apetecia, pois tinha toda agente na mão, a banda e o público.
foto de Lino Silva
Tocou Realy Real, You Don’t Wanna, e Puppy Toy, entre outras e teve uma entrega total ao concerto. Ele deixa tudo em palco e a sua presença é tão magnética que praticamente ofusca os restantes elementos que tocam com ele. Mas dá para ver que sem eles a “festa” não se fazia.
Uma versão longa de Past Mistakes do álbum Knowle West Boy, novamente acompanhado por centenas de pessoas do público, foi um final apoteótico do concerto que recordarei sempre como o melhor do Optimus Alive de 2012.
foto de Carlos Rodrigues
Depois disto, fui até ao P.O. para rever The Cure, quem acompanha o blog e/ou me conhece, sabe que fui um dos afortunados que os viu na Tour do Disintegration em 1989.
Depois disso tive sempre receio de os voltar a ver para não “estragar o milagre”. Nesta noite fiquei com a certeza de já não ser o fã que era.
Depois daquele álbum, nunca mais ouvi nenhum álbum completo que eles tenham lançado. Foi como se quisesse perpetuar a memória dos excelentes discos que eles fizeram até aquela data e desde aí desliguei-me deles. O concerto teve as duas primeiras músicas exactamente iguais às de 89 em Alvalade, Plainsong e Pictures of You, depois ainda os ouvi até ao A Forest.
Eles são competentíssimos em palco, eu é que mudei um pouco os meus gostos e depois de cerca de uma hora e meia de concerto, fui-me embora.
Tinha uma viagem até Aveiro para fazer e já estava com a “alma cheia” depois do que vi no Coreto, dos Mumford e do Tricky.
Para o ano, seguramente, haverá mais Optimus Alive e eu espero vir aqui contar como foi.

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