terça-feira, 11 de março de 2014

Xutos & Pontapés na Meo Arena - Report

Dada a impossíbilidade de poder participar na festa, nada como ter um bom amigo a representar-me, aqui fica a crónica que o João Oliveira, simpaticamente, aceitou escrever para A certeza da Música:

Pra sempre! Ou uma simples crónica dos 35 anos dos Xutos e Pontapés…

Não fui incumbido, pelo João Nuno, de fazer esta crónica de forma antecipada. Nem queria. Porque queria o João Nuno, ou o Pedro Figueiredo, e muitos outros, comigo, no Meo Arena, como estiveram no campo de “Os Belenenses”. Na tarde/noite “À minha maneira” que celebrou, de forma muito bonita, os 30 anos da nossa banda de sempre… os Xutos & Pontapés.
Depois deste primeiro parágrafo, têm assim a certeza que esta pequena crónica não é nem isenta nem preparada. Fica a memória de um concerto memorável. Que verão em DVD provavelmente a tempo do próximo Natal.

 Agora a sério. Depois de meia hora de animação a cargo do DJ CruzFader, os Xutos fizeram uma gracinha parecida com a dos 30 anos, aparecendo através da plateia. Com a diferença que há cinco anos estavam todos juntos de uma ponta à outra do campo, até ao palco, e agora… fizeram uma alegoria à vida em comum. Meo Arena totalmente às escuras, apenas umas potentes lanternas e cada um dos Xutos a sair de um lado. Os focos e os flashes dos fãs iam dando a conhecer a localização e eles foram encontrando-se uns aos outros, até entrarem num palco também ele todo escuro…
 E foi com escuridão do palco que começou o concerto, que tinha uma estrutura de som e luz impressionante. Três Puros a abrir, com o inevitável “1000 anos (E Tu Também) ” logo de início. Depois, sirenes, luzes de alarme e… o inconfundível “clic” da música Contentores! Cai o pano e o palco, deslumbrante, com mais de 50 contentores empilhados e dois X estilizados de cada lado do palco são dados a conhecer… E o público perde a calma e começa a vibrar como se não houvesse amanhã…
Os contentores foram pintados por graffiters de modo a dar um conceito industrial, de cidade, que o jogo de luzes e alguns néons adaptam perfeitamente às músicas. A espaços, outros adereços, já conhecidos de quem acompanha Xutos há anos (o coração e a cruz a arder já não são novos… mas ficaram muito bem num final, com “para sempre”) bem como alguma pirotecnia faz as maravilhas de todos…
Num Meo Arena esgotado, Tim – nunca foi palavroso e na sexta estava particularmente simples, sempre a agradecer – e Zé Pedro, Cabeleira, Gui e Kalu foram desfilando hinos e músicas menos “habituais” em concerto. A música do filme Inferno, por exemplo, não costuma aparecer mas foi responsável por um efeito de luz impressionante que parecia ter posto o palco a arder.
 Alternando momentos calmos com fúria pura (que o público também já tem mais 15/20 anos e as forças não são as mesmas), os Xutos e Pontapés mostraram que as suas letras e músicas continuam actuais – para quem critica, basta lerem a letra de “Barcos Gregos” ou “Na América”, do álbum Circo de Feras, de 1987 (!).
 Momento icónicos, como o Zé Pedro e a sua voz ou o dueto, a dois, de Tonto, com Zé Pedro e Kalu não foram esquecidos. Não sou o único, Homem do Leme, Remar Remar, Mundo ao Contrário, À Minha maneira, Chuva dissolvente, Vida malvada… podia continuar aqui muito tempo… Filhos e pais, famílias completas, balcão cheio sempre em pé e completamente em histeria. Os Xutos foram testando o público e ele respondia, cantando em uníssono as músicas.
 Pareciam ligados à bateria, pois o concerto não parecia acabar… Encores foram dois, mas podemos chamar apenas “descanso”. Com “Maria”, deram cabo da distância e puseram todos a pular até ao final. Porque o público só sairia dali quando os Xutos terminassem o concerto da forma que consideramos nossa… “As saudades que já tinha da minha alegre casinha”…

Texto e Fotos de João Manuel Oliveira

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