quarta-feira, 30 de julho de 2014
Festival Sinsal 2014 - Report
Existe algo de mágico no Sinsal San Simon. Um festival alternativo que se realiza todos os anos no meio de uma ria, na ilha de San Simon.
O cartaz que nunca é revelado torna ainda mais atractiva a ida ao evento que decorreu entre os dias 25 e 27 de Julho.
Claro que estamos a falar de um festival onde o indie impera, mas as propostas são transversais, passando pelo pos-punk, gótico e electrónica.
Assim, logo à chegada à ilha, fomos acolhidos pela Bel Bee Bee, artista espanhola cheia de frescura de pop com uma pitada de electrónica. Se o começo foi muito simpático a continuação feita na ilha de San Atón foi um pouco mais mexido com uma sonoridade a tocar os ritmos mais rock/pós punk, uma fritadela de mioleira com os coreanos Jambinai. Valeu a experiencia pela parafernália de instrumentos e uma pose oriental pouco vulgar nos palcos ibéricos.
Deslocação rápida para o cemitério da ilha para apreciar uma das bandas viguenses mais folk os Trilitrate. Deram um excelente concerto num local abrigado do vento que se fazia sentir a essas alturas dado ser a mudança da maré…
Para quem optou por ficar debaixo do arvoredo pode ouvir sons mais jazz com os Casperverk Trio, que tocavam ao mesmo tempo dos Trilitrate. O quarto concerto estava agendado para o palco principal, este ano montado perto da zona de restauração.
Chelsea Wolf, veio directamente do Milhões de Festa para duas actuações em San Simon. Era um dos nomes de referência do festival de Barcelos e em San Simon não defraudou o público com a sua sonoridade gótica.
Para os que esperam pela viragem ao indie tiveram oportunidade de assistir na ilha de San Atón a dois concertos de elevada fasquia. Primeiro, vindos directamente da Austrália, os Ginger And The Ghost, foram uma belíssima inspiração com uma sonoridade mais futurista.
Será uma verdadeira aposta num futuro muito próximo, igual ao que aconteceu com os Alt-J, quando estiveram no festival, serão necessários poucos meses e estarão em airplay constante!
A continuação no mesmo cenário coube ao holandês Jacco Gardner, um dos nomes fortes da edição deste ano do festival, preencheu o espaço com a sua sonoridade onírica num barroquismo pop elevando a fasquia de músico/cenário.
Como vem sendo habitual nesta ilha, o último concerto ficará certamente na memória. Porém o Sinsal ainda tinha muito para dar. Ainda faltavam os Wire, banda inglesa de rock, clássicos do rock diria mesmo, que foram uns dos precursores do pós-punk, esta banda criou aquele ritmo clássico de final de tarde do festival. Abanou-se o capacete quanto se quis.
A festa continuou no palco do peirão para ouvir os nigerianos Mdou Moctar, uma verdadeira “frikalhada”, cheia de electrónica ideal para uma dança frenética.
A fechar os Blam de Lam, grupo experimentalista que proporcionaram uma viagem pelo Kraut e o Space Rock.
Mais uma vez digo que o espaço para a realização deste festival é fantástica e o ambiente vivido durante o dia que se passa na ilha não podia ser melhor.
Texto e Fotos de Miguel Estima
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