sábado, 13 de dezembro de 2014

A Jigsaw - No True Magic


No True Magic marca o regresso dos A Jigsaw às edições discográficas. desta vez em edição de autor, o que só mostra a capacidade de arriscar naquilo que acreditam. E aquilo em que acreditam é na sua música. Se bem que, no caso dos discos desta banda, classificar o que fazem como só música, parece um pouco redutor.
É que, por aqui há também uma forte componente de literatura, é quase como se se tratasse de um áudio-livro de contos, tal é a capacidade de contarem boas histórias.
Histórias que, no que a este disco dizem respeito, andam à volta do tema “Imortalidade” ou, por outras palavras, da “Suspensão da Morte”. Não chega a ser tétrico, mas contém alguma melancolia, que acaba por ser também, uma imagem de marca desta banda. Mas é assim mesmo que nós gostamos.


Para este disco, o João Rui e o Jorri, contaram com alguns convidados que os ajudaram a construir o seu som, isto além da participação de Carla Torgerson (The Walkabouts) a dar, com a sua voz, um toque de magia a “Black Jewelled Moon”, tema em que a cúmplice de outros tempos, Susana Ribeiro, também colabora com o seu reconhecido violino, que aparece ainda a tocar Glockenspiel no “Tides of Winter”. Tema onde há mais gente a participar, pois, além dela, temos o Guilherme Pimenta, que também toca bateria em todos os temas, a Maria Côrte no violino, Hugo Fernandes no Violoncelo, Laurent Rossi no French Horn e Miguel Gelpi no Upright Bass. Este instrumento é ainda tocado pelo Gito Lima, que também é responsável pelo design do disco, no “Greatest Trick” e por Pedro Serra (Tiguana Bibles) no “Midnight Train”.
Em suma, mais uma vez temos um disco que vai crescendo dentro de nós a cada audição, nele habitam muitos pormenores que só com audições sucessivas se vão descobrindo. Ah e não podemos esquecer também que as misturas e masterização do disco, produzido pelos próprios A Jigsaw, foram da responsabilidade do João P. Miranda que acaba por funcionar como mais um elemento influente no som da banda.
Nos tempos em que vivemos, há quem diga que já não se fazem álbuns que só se fazem faixas soltas, que se ouvem aqui e ali. Nada melhor para contrariar isso que um disco como este que, além do mais, leva a classificação de Para Além de Bom, dada aqui pel’A Certeza da Música.

 Relembro que ainda podem comemorar o 15º Aniversário do grupo no Salão Brazil em Coimbra, Sábado pelas 22h e Domingo às 17h. Vão ser dois concertos especiais, já que não vão haver canções repetidas e vão contar com a Great Moonshiners Band a acompanhá-los.

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