Na impossibilidade de estar em Pontevedra nas seis noites do certame, tive de fazer as minhas escolhas. Escolher entre tão bons artistas não se torna tarefa fácil. Daí, que escolhi este ano marcar presença no concerto de abertura dos Sumrrá e no concerto de António Sanchez & Migration Band.
No festival, tocaram, ainda, Naíma Acuña em formato quarteto, Pontejazz Big Band, o jovem promissor do blues King Solomon Hicks e no fecho a Cécile Mc Lorin Salvant.
Os Sumrrá são uma das formações com maior longevidade do jazz galego. Com cinco álbuns editados e concertos um pouco por todo o mundo, esta formação de Santiago de Compostela teve as honras de abertura do festival. O concerto aconteceu na praza do Teucro, uma praça pequena para uma banda com a reputação dos Sumrrá.
O curto concerto, onde estiveram pouco mais de uma hora no palco, foi mote de apresentação do mais recente “5 journeys”. Um disco de 2015, que percorre as experiências dos músicos nas viagens que vão realizando. Inspirado em sete cidades, desde Braga a Santa Cruz, passando por La Paz ou Sofia. Para além do brilhantismo do trio, o espetáculo de caris performativo com LAR Legido a utilizar fita cola castanha ou balões de ar, de forma a produzir sons para acompanhar a música, torna o concerto num happening único. Uma experiencia sempre diferente para quem é fã da banda.
Na penúltima noite do evento, António Sanchez subiu ao palco da praza da Ferraria com a sua Migration Band.
Um concerto que se previa apoteótico e, claro, que não deixou defraudado quem se deslocou a Pontevedra. António já tinha estado em Pontevedra a acompanhar o Joshua Redman, num concerto que não se realizou, devido à chuva intensa que se fazia sentir nesse dia. Agora, com um céu limpo e boa temperatura, o concerto decorreu como esperado, forte e intenso, numa vibrante atmosfera, tocando integralmente o mais recente disco de 2015 – “The Meridian Suite”. Acompanhado com a Migration Band, com Seamus Blake no saxofone, John Escreet no piano, Matt Breewer no contrabaixo e na voz Thana Alexa, uma formação de excelentes músicos, que tornaram este concerto memorável. O que senti foi ficar preenchido no final desta atuação, o que acontece em muito poucos concertos e que felizmente aconteceu neste do António Sanchez.
Com uma programação de excelência, o festival de jazz e blues de Pontevedra,é uma referência incontornável nos festivais de jazz da península, ficando na rota dos amantes de jazz.
Texto e Fotos de Miguel Estima.
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