quarta-feira, 22 de maio de 2019

Westway Lab – 2019 - Report

Westway Lab 2019 - Texto e Fotos de Miguel Estima


Chegámos à sexta edição do festival Westway Lab em Guimarães. De todas, a edição mais completa e, de longe, com a programação maior e mais vasta de sempre.
O conceito do Westway, bem mais que um “simples” festival, toca em vários pontos de geografia e de espectros musicais. O evento é dividido em várias componentes, conferências para profissionais da área, promoção de residências artísticas, aposta na criação de sinergias entre artistas nacionais e internacionais, promovendo e incentivando a criação colectiva ao longo de toda a semana.
O resultado final desse trabalho, é apresentado ao público nos primeiros dias, em sessões abertas, na forma de showcases ou mini-concertos.


Este foi o ano em que senti verdadeiramente o “mercado”, com os artistas a aproveitarem para “vender” o seu produto, a sua música no fundo. Também foi este ano que notei mais que grande parte da assistência era composta por profissionais. Confesso até que ver bandas locais a falar em Inglês nos intervalos das músicas é, no mínimo, estranho.
Falando de concertos - e estou a escrever o texto passado dois dias de ter estado em Guimarães - começo pela noite de sexta 12 de Abril que foi muito bem composta e dividida entre os projectos nacionais e canadianos.

Nunca tinha visto Vaarwell e gostei muito da eletro-pop deles, mas a surpresa veio da Marta Pereira da Costa, prova viva de que não podemos dizer que não a um estilo. Ela vem do fado, mas o que vi e ouvi do palco, era absolutamente fantástico.

Por fim, vieram os canadianos todos assim de rajada, começando pela Sarah MacDougall, os frenéticos Trible Royal, a doce Megan Nash, repetir os Les Deuxluxes (já publiquei aqui texto no blog), embora que este concerto tenha sido ainda mais potente, tinham (buyers) na plateia e como nunca se sabe, é melhor dar tudo, pode até ser que venham por cá mais vezes, tivemos ainda o country dos The East Pointers, e a fechar a noite, regressámos a Portugal com  os NEEV que remataram de uma forma simpática. 


Quem conhece o Vila Flor reconhece que toda a gestão dos espaços e a forma como o público se movimentou entre eles, foi absolutamente fantástica.
Sábado (13 de Abril) de manhã foi guardado para retemperar as energias já que a tarde era dedicada pelo terceiro ano consecutivo aos city showcases. Momentos em que o público apanha (literalmente) o comboio para o próximo concerto e se mantem a ideia do dia anterior, se gostamos, vemos até ao fim, caso contrário, vamos mais depressa para o próximo.
Das oito propostas, cortei logo duas por falta de tempo e por a distância a percorrer não permitir fazer a coisa de outra forma. Assim, decidi não ir ao São Mamede.

Comecei então pelo  início da tarde, indo ao Santa Luzia ArtHotel, cujo lobbie ficou cheio com a música do Francisco Sales, com os suecos Elin Namnieks, logo seguidos pelo austríaco Mickey no Oub’lá, o bar que anda a dar que falar por estes lados.


Depois fui rapidamente ao bar da Ramada para ver os ingleses Theodore, senhores de um rock mais agressivo e denso, seguido por uma ida, já com chuva, ao convívio, para ver os Holy Nothing, tendo, então, terminado a rota com os polacos Izzy and the Black Trees. Resumidamente, de tanta música que se passou, ficou na memória esta banda que mescla o rock com o punk, numa agradável surpresa para os ouvidos.

Para fechar a noite, foram mais sete concertos, três deles com bandas vimaranenses que actuaram no palco do Pátio, logo na entrada do recinto, foram eles os Captain Boy, Mister Roland e Paraguaii.
Mas o que levou os pouco aderentes a comprar a pulseira do festival foi o projecto onde estava a Julia Holter – Tashi Wada Group e os Portugueses Black Mamba, que para gosto de alguns e para desespero de outros fazem a festa. Confesso que mal vi os Whales e vim embora antes de Batida por isso abstenho-me de qualquer linha de comentário extra.
Em suma, musicalmente falando, foi uma grande noite de sexta-feira e um sábado morno, contudo valeu pela experiência e pelo intercâmbio que o próprio evento potencia.   


Foto-reportagem completa na página de facebook deste blog.

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