terça-feira, 14 de maio de 2019

Xose Miguélez – Ontology



Disco apreciado pelo Miguel Estima

Gosto de escrever sobre discos de jazz em dias de chuva, nem sempre isso acontece, mas sinto que o som do disco torna-se distinto quando ouvido em dia solarengo. Estou a escrever sobre um dos mais brilhantes saxofonistas galegos da actualidade, o que torna, qualquer palavra pensada num momento que partilho o que existe entre um suporte físico e aquilo que me envolve. Sentimos ao fim de três temas duas coisas: maturidade e tempo. Maturidade quando se lança um disco como líder. Por vezes leva tempo a cozinhar o disco, e isso tem de ser feito devagar e preferência a serem testadas várias variáveis para solucionar alguns detalhes do tema. E maturidade para seleccionar de tanta pesquisa feita ao longo do tempo, ser materializada da melhor forma no disco. Sentimos uma parte do Xose neste disco, nem sempre é fácil transpor uma parte do músico para a escrita de canções, sentimos a Galiza e um jazz que pertence a zona tão densa de cultura. E saber aproveitar o melhor de tantos factores leva a que Ontology seja um disco para ter em casa para ouvir em dias como o que estou a escrever, que está bom para me sentar no sofá e simplesmente disfrutar do melhor jazz do Xose Miguélez.
O disco é composto por dez temas, todos originais sendo o ultimo um tradicional da tia Amparo. O disco que saiu em Abril deste ano de 2019, teve ainda como músicos Storm Nilson na guitarra, Bem Leifer no contrabaixo, John Kizilarmut na bateria, Peter Schlamb no vibrafone e Matt Otto no saxofone tenor.     

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