sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

5º Aniversário A Certeza da Música - Report

Como já todos devem saber, o 5º Aniversário deste blog, contou com duas grandes festas. Como fui eu que organizei tudo, com algumas ajudas, claro. Achei que não devia ser eu a escrever sobre os dois dias de festa.
Como tal pedi à minha amiga Joana Vaz Teixeira para me fazer um texto sobre as duas festas que passo agora a partilhar.Tirando a foto do bolo que é do meu amigo e Mestre Fausto da Silva, as restantes são de outro amigo, o Miguel Pereira.
Mais tarde publicarei na página de facebook do blog a totalidade das fotos.
Aproveito, mais uma vez, para agradecer a todos os que me ajudaram, bem como a todos os que estiveram presentes nos dias de festa, é por vocês e pela divulgação da nossa boa música que me meto nestas "aventuras"...


Festa do 5.º Aniversário do blog A Certeza da Música

"Desde que me lembro a música esteve sempre presente na minha vida. O gosto pela escrita também é antigo. A vontade de divulgar e mostrar a música de que gosto, em particular a música feita por portugueses, já leva alguns anos também. Tudo isto somado originou o blog A Certeza da Música."
Quem fala assim é João Nuno Silva, o criador deste blog dedicado fundamentalmente à divulgação da (boa) música portuguesa, e onde é possível encontrar reportagens de concertos, críticas a álbuns, entrevistas e um podcast de divulgação musical. Tudo nasceu da vontade de fazer uma homenagem ao músico português João Aguardela, sendo o nome do blog inspirado na música Ser ou Não Ser de Sérgio Godinho.
 Agora que o blog já atingiu a bonita idade de 5 anos de existência, o seu autor João Nuno Silva decidiu fazer uma grande festa em dois actos. A primeira parte teve lugar em Abrantes a 10 de Janeiro no Cine-Teatro S. Pedro, e o segundo acto mais a norte no Cine-Teatro de Estarreja a 8 de Fevereiro.
O “lema” era simples: 5 Anos, 5 Bandas.
 a Jigsaw, Kwantta, Trêsporcento, Miguel Calhaz e O Martim. Apesar de representarem géneros musicais muito diferentes têm como denominador comum o gosto pela música que fazem.
 Os A Jigsaw fizeram a viagem de Coimbra até Abrantes para abrir as festividades. Trouxeram consigo temas do segundo e terceiro álbum, Like the Wolf e Drunken Sailors & Happy Pirates. A intensidade da actuação da banda composta por João Rui, Jorri, Maria Corte e Guilherme Pimenta, foi tal que o público dos Cineteatros se rendeu em absoluto ao som multi-instrumentalista das suas melodias folk e blues, capazes de criar ambientes quase cinematográficos.
 Os Kwantta, banda Abrantina de “Rock Filarmónico”, composta por André Marques - Bateria e voz, André' Tomaz – Saxofone, David Quinas - Teclados e voz, Diogo Pereira - Guitarra eléctrica e voz, Eduardo Soares - Baixo eléctrico e Marco Pereira - Trombone, Trompete e voz compostos, mostraram Casa Real, o seu primeiro álbum, um disco cheio de canções repletas de variações rítmicas e um som mesclado de folk, reggae, ska, jazz, rock, e deixaram em palco uma energia contagiante que e uma grande alegria e ambiente de festa.
 A primeira noite de comemoração encerrou com uma excelente actuação dos Trêsporcento, de Tiago Esteves, Lourenço Cordeiro, Pedro Pedro, Salvador Carvalho e António Moura. Esta banda estreou-se nos concertos há sete anos atrás e o desejo de fazer música vem desde então. Esta foi a segunda vez que participaram num aniversário d’A Certeza da Música e esta data marcava um ano de concertos de António Moura como membro de pleno direito do grupo.
A Abrantes trouxeram muitos dos temas que fazem parte de Lotação 136, o seu mais recente disco. O gosto pelo que fazem é notório nas actuações ao vivo, e a presença em Abrantes confirmou-o. Eles entraram em palco com “a pica toda” e mostraram que é possível fazer muito bom Indie Rock cantado em português e sem qualquer tipo de complexo. Mostraram ainda um tal à vontade que fica provado que quantos mais concertos uma banda dá, melhor fica. A sua evolução tem sido tremenda o que me leva a dizer que “o céu é o limite para os Trêsporcento!”.
 Já em Estarreja, e com o contrabaixo ou com a guitarra acústica, Miguel Calhaz ofereceu belíssimas canções. Cheias de poder, de força e alcance. As palavras são um forte no seu repertório e a chamada intervenção está muito presente nas suas canções. Ele interpreta, maioritariamente, temas seus, mas mesmo quando pega em canções de outros, incute-lhes um jeito muito próprio que lhes dá uma intensidade enorme. Os tempos que vivemos fazem com que seja urgente esta intervenção honesta que ajuda a despertar as mentes de todos. Infelizmente, a actualidade destas canções é indiscutível.
O momento mais emocionante da actuação de Miguel. e talvez o mais bonito da noite, terá sido, quando em tom de homenagem o músico tocou e cantou uma bela versão de Ser ou não Ser. 
 Os A Jigsaw repetiram a presença nesta festa e mais uma vez trouxeram o seu talento na bagagem, arrebatando muitos aplausos de um público que se rendeu às suas canções. Um concerto deles é sempre especial pela forma como nos transportam para o seu imaginário e nos encantam a cada momento. Este foi um dos concertos de “despedida” de Drunken Sailors & Happy Pirates já que em breve vão entrar em estúdio para gravar o sucessor deste grande disco. Se o que está para vir, for tão bom como este e os seus lados B, vamos ter um Excelente disco!
 Sempre muito divertido, O Martim, como a sua música, é uma daquelas ondas de boa disposição. Projecto nascido do imaginário-pop de Martim Torres, jovem (contra) baixista com cartas dadas em paragens como as de B Fachada, Homens da Luta, e diversos projectos de jazz, é também presença habitual no programa 5 Para a Meia-noite. A simpatia e a empatia que cria com o público são visíveis, e a operação de charme do músico culminou com a oferta de CDs para os presentes no Cine-Teatro de Estarreja. Acompanhado de António Quintino e David Pires, Martim trouxe a sua pop relaxada para o palco de Estarreja e nem quando o microfone falhou a sua voz se deixou de ouvir. Foi um fim de festa muito animado.
Destas duas noites recheadas de boa música portuguesa fica a vontade de querer voltar a assistir a mais aniversários d' A certeza da Música. Um evento que se marcou pela qualidade dos músicos e pelas excelentes actuações. Quem não conhecia as bandas foi certamente para casa com vontade de começar a acompanhar o que estes senhores, e esta senhora, andam a fazer na panorâmica da música nacional.
Uma palavra final ao João Nuno Silva, organizador da festa e dos concertos, e grande impulsionador da promoção da música nacional, agradecendo a oferta que nos proporcionou, a nós amentes de boa música. Em jeito de conclusão, e citando outro Senhor da música portuguesa: Venham mais cinco. Mais cinco anos de A Certeza da Música, com muita certeza e muita música.

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