Disco apreciado pelo Miguel Estima
“O amor gana, casi sempre”, frase que está no final texto que acompanha o CD de Pablo “Sax” F. Sinde.
E este é um disco assim, um disco que começa com um amor incondicional ao saxofone. Em primeira analise é esse corpo presente em todo o momento. Pablo comunica de uma forma muito clara tudo o que poderia estar a passar na alma.
Com um pendor claramente autobiográfico, onde os temas são dedicados a amigos (Cecilia e Lokis), ou músicos de inspiração (como David Bowie ou Anthony Braxton, assim como o próprio titulo do disco “Amorgana” que é um clara homenagem ao amor incondicional da sua companheira Morgana. Tudo ganha uma dimensão muito própria quando temos o cuidado de ouvi-lo várias vezes. Mesmo que o nosso instrumento de eleição do jazz seja o saxofone, nem sempre é fácil de ouvir um disco inteiro deste instrumento.
Dar tempo, deixar respirar, deixar os sons penetrarem no nosso tímpano como uma forma brilhante e rara de execução do instrumento.
A acompanhar no disco esteve Pablo P. Sanmamed no contrabaixo, Sergio González na bateria e contou ainda com a colaboração de David Lojo na trompete e fliscorne.
É acima de tudo um disco que nos faz viver de uma forma calma e relaxada o melhor do momento, do tempo presente, de saber que existimos e de sermos naturais connosco e com os demais.
É nesse estado de relaxamento e de naturalidade que nos transporta quando estamos a ouvir o disco. E essa beleza que existe, esse momento entre a música que ouvimos e aquilo que nos faz viver, que o torna num disco com propriedades muito próprias.
Neste caso uma obra de um músico com uma larga trajectória com mais de trinta anos de estrada, com uma alma calejada e que sabe muito bem aproveitar cada sopro que existe.
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