quinta-feira, 14 de março de 2019

Krake – The Clifton Bridge Landscapes


Disco apreciado por Miguel Estima

Já escrevi sobre muitos discos, confesso que não é fácil. A mim interessa-me sempre um lado mais de empatia ou não, simplicidade/complexidade e orgânica. E depois vem sempre um dilema grande, muitos dos discos que me aparecem para audição são de amigos, o que torna a coisa mais complicada, ou simples.


O Pedro Oliveira, tem de algum tempo a esta parte, fragmentos musicais que não encaixavam em nenhum dos projectos em que ele tem vindo a tocar. Um lado de experimentalismo essencial a cada músico, coisa que hoje felizmente anda a proliferar a cada canto e esquina, elementos de uma banda que se soltam e juntamente com “alguma” eletrónica compõem um ambiente sonoro próprio.
Krake começou a solo. Tem o lado da bateria forte e falando agora no disco, tem esse lado mais do que vincado, juntamente com Jim Barr, a inconfundível trompete de Pete Judge e ainda com Jake McMurchie saxofonista, juntando à bateria própria e preparada para o improviso um toque mais melódico, onde as sonoridades vão crescendo em camadas, de uma forma quase visceral, mas ao mesmo tempo levando a uma imaginação visual e quase cinematográfica.
O disco de Krake é um disco para ir ouvindo, deixar a tocar e ir fazendo outras coisas, e a determinado momento, parar e recomeçar a ouvir, sentados no sofá e deixar que toda a atmosfera do universo de Krake entre pelo nosso corpo.

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