Para aproveitar o dia santo a equipa composta por mim, pelo Nuno, a Irmã, o Daniel, o Zé e a Vero juntou-se para ir de visita ao Minho, adivinhavam-se três dias em grande e sem grandes planos, apenas diversão. Chegámos a Caminha ainda de manhã e dedicámos o dia a montar tendas e a explorar a cidade, como era feriado, o posto de turismo estava fechado, o que não deixa de ter a sua lógica preocupante. Decidimos então cruzar o rio de ferry e ir a pé até (L)A Guad(i)a, achei logo piada às placas identificadoras da cidade com os “eles” e “is” pintados de negro para que ficassem escritas em Galego, foi esta a primeira vez que pisei solo galego. A noite de dia treze foi passada a frequentar a noite de Caminha, jantar como os ricos (pagar muito e comer pouco!) e noitada de Guinness de lata no bar do “Távito” que já me tinha sido referenciado pelo amigo Bandos, ainda acabámos numa discoteca quase vazia perto do parque de campismo. Nessa noite não fomos a Paredes de Coura e não vimos os One Minute of Silence, americanos meio metaleiros, os Blasted Mechanism, quando usavam a argila cinzenta como roupa principal de palco, os Querosene Jacaré e os Blue Orange Juice.
Sábado ia de certeza ser um dia em cheio, manhã de praia, almoço de petisco e lanche na terra do Vilarinho. O que dizer de um lanche de empanada e outros salgadinhos acompanhado por um Alvarinho caseiro e por histórias de fronteira e contrabando, ah e como aperitivo um banho de rio Minho em que nadávamos até à Galiza, para que o dia atingisse os cem por cento só faltava a música, finalmente ia, pela primeira vez ao já famoso Festival de Paredes de Coura, Edição 5 de 1997. À entrada no recinto ficámos logo conquistados, quase que não era preciso ouvir grupo nenhum para gostar logo daquele anfiteatro natural, perdemos os Turbo Junkie, mas deu para ver os Três Tristes Tigres, com um espectáculo multimédia muito bom e com direito a umas pequenas birras com o som da vocalista Ana Deus. Os Cool Hipnoise com o grande Melo D a mestre-de-cerimónias deram um muito grande concerto, que ainda hoje trago na memória e que serviu para animar toda a plateia, num ambiente claramente de festa.
Por fim, os Smoke City que tinham ficado conhecidos com o tema “Underwater Love usado num anúncio das Levi´s, e que contavam com a cantora Nina Miranda, que além de linda tinha uma voz de Sereia e conseguia animar todo o recinto com a sua música dançável. Depois de tanta e tão bem regada animação o difícil foi chegar ao parque de campismo, mas conseguimos.
No Domingo após nos despedirmos do Zé e da Vero, decidimos ir dar um passeio novamente pela Galiza e, por um engano na entrada de Vigo, fomos parar a Pontevedra. Sorte a nossa pois nesse dia havia uma Feira do Livro, numa praça e noutra uma Feira do Mel, conclusão, lanche grátis e ainda comprei o primeiro número da revista Bravú com oferta de cd e que me pôs em contacto com alguma da nova música desse País. De noite e após alguma discussão, decidimos ir novamente a Coura e a noite prometia, mais uma vez perdemos a primeira banda da noite, neste caso os Monster Piece, mas deu para ver Zen, que eu já conhecia do Festival dos Mourões em Abrantes e mais uma vez foram fenomenais, seguiu-se a poderosa Rollins Band com o seu atlético vocalista, Henry Rollins, a liderar tudo como um maestro meio louco. A acabar tivemos, claramente a jogar em casa, os Mão Morta, dava mesmo a ideia que a banda anterior, mais ou menos conhecida em todo o mundo, estava apenas a preparar a audiência para os embaixadores do Rock Bracarense, foi um final em apoteose. Para ilustra fica aqui o vídeo da referida banda, no mesmo palco mas dez anos depois.
1 comentário:
Toquei com os "meus" Icon Vadis nesse dia dos Turbo Junkie só que no palco 2, creio que se designava por palco "Deixe de Ser Duro de Ouvido" se bem me lembro.
Tocaram também connosco os Plástica sendo que os restantes já não me lembro.
Saímos depois dos Cool Hipnoise directamente para o Aeroporto de Lisboa (sem dormir)... tínhamos avião para Santa Maria na manhã seguinte... fizemos parte do cartaz do Festival Maré de Agosto nesse grande ano de 1997.
Abraço
João Paulo Santos
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